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Desencantou

Após alguns meses de atraso causado pelas mudanças na regra do IPI, Kia Optima estreia no mercado brasileiro

EDUARDO SODRÉ
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS (SP)

O telão exibe um comercial estrelado pela banda americana Mötley Crüe. O rock pesado ecoa alto pelo auditório onde o Optima é apresentado. Foi a maneira escolhida pela Kia para dizer que o novo sedã chegou para fazer barulho.

Optar por uma banda que surgiu no início dos anos 1980 revela qual é o público-alvo do lançamento: gente com estilo jovem, que acaba de passar dos 40 anos e tem posição financeira confortável -o sedã custa R$ 96,9 mil.

O Optima testado veio com a cor da moda, branco perolizado. Por dentro, revestimentos em couro bege e plástico cinza. A Kia aposta que essa será a configuração mais procurada.

A curva suave e contínua do teto segue a tendência de aproximar os modelos três volumes dos cupês esportivos. Funcionou bem, sem comprometer o espaço para a cabeça no banco traseiro. O vão para as pernas também é satisfatório, graças à grande distância entre eixos (2,79 m).

LINHA BRANCA

O eletricista Joaquim Lopes da Cunha, 49, estava no intervalo do almoço quando o Optima entrou em um posto de gasolina de Cordeirópolis (158 km de São Paulo). Ele, que descansava em um banco da parada, aproximou-se do carro e perguntou em tom de brincadeira: "O branco paga menos IPI?"

Não, Joaquim. Carro branco é uma coisa, linha branca de eletrodomésticos é outra. E é bom não falar do Imposto sobre Produtos Industrializados perto dos representantes da Kia. O assunto não traz boa lembrança à empresa.

VOLUME BAIXO

Pelos planos iniciais, o Optima seria lançado no terceiro trimestre de 2011. Mas mudanças nas regras de tributação surpreenderam a marca, que teve de rever a estratégia.

"Demos uma segurada para sentir o mercado", afirmou José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors do Brasil.

A empresa acusou o golpe. Sem estoque no momento da implementação dos 30% adicionais sobre a tarifa, a Kia foi a primeira a reajustar preços e, por isso, perdeu vendas.

O susto passou, mas a marca enfrenta outro problema: o baixo volume que a matriz sul-coreana exporta para o Brasil. Com vendas em alta mundo afora, a Kia tem pouca flexibilidade para aumentar os lotes. O Optima tem predicados para alcançar boa posição no mercado, mas tudo dependerá de quantas unidades chegarão por mês à rede concessionária.

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