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Saldão dos Juros Planos de financiamento a longo prazo e sem entrada devem ser pouco beneficiados pela redução de taxas; rigor para aprovação de crédito permanece FELIPE NÓBREGADE SÃO PAULO Nas últimas semanas, bancos públicos e privados travaram uma disputa de redução de juros que pode reverter o movimento de queda nas vendas de veículos -ainda não é possível medir o efeito da diminuição de taxas, já que a maior parte dos novos índices não começou a ser praticada. Os principais bancos do setor de crédito automotivo anunciaram novas tabelas, cujas taxas partem de valores inferiores a 1% ao mês. "Apenas o consumidor com alta renda, bom histórico financeiro e relacionamento com o banco consegue se enquadrar nos planos com juros menores", afirma o economista Ayrton Fontes, especialista em varejo automotivo. Segundo os bancos consultados, planos superiores a 36 meses ou sem entrada serão pouco beneficiados com a redução. As financeiras estão preocupadas com o índice de inadimplência, que atingiu 6% (atrasos acima de 90 dias), maior percentual registrado desde que o Banco Central começou a medi-lo, em 2000. O atual rigor para aprovação de crédito, queixa frequente dos lojistas, deve permanecer. Os bancos não sinalizam com mudanças nos critérios de avaliação de perfil. "Há um ano, cerca de 75% das análises de clientes eram aprovadas. Hoje, esse número despencou para menos de 40%", calcula Igor Manuel, gerente de vendas de uma concessionária Fiat. Embalados pelas notícias sobre juros reduzidos, os fabricantes fazem propagandas em que destacam taxas atraentes -algumas até mais baixas que as anunciadas pelos bancos. Porém, tais planos são comuns no mercado e servem para alavancar as vendas de modelos menos procurados ou prestes a sair de linha. É o que acontece com a minivan Chevrolet Meriva. Na concessionária, um adesivo no para-brisa avisa: 50% de entrada e saldo financiado em 36 meses sem juros. Só não informam que o carro sairá de linha em poucos meses, quando será substituído pelo Spin. Outro exemplo é o sedã Sentra, que assistiu à chegada de quatro novos rivais nos últimos meses. O Nissan agora é ofertado com entrada de 60% mais 36 prestações com taxa de 0,56% na autorizada. Especialistas orientam que, por mais tentadora que seja a proposta, o comprador deve consultar outras instituições financeiras, pois nem sempre a que oferece o juro menor tem a melhor condição. Bancos podem cobrar taxas de abertura de crédito diferentes e chegam a exigir a compra de seguros, o que pode encarecer a conta em mais de R$ 1.000. Outra tática comum é oferecer um juro baixo, mas tendo como base o preço cheio indicado na tabela. Nesse caso, o comprador deve iniciar a negociação como se fosse pagar à vista, para descobrir o preço real do veículo. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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