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Novos materiais buscam carro mais 'verde' Tapetes feitos com folha de bananeira e isolamento acústico que usa calças jeans são algumas das novidades Para especialista, cadeia de produção de veículos polui mais do que a fumaça emitida pelos escapamentos COLABORAÇÃO PARA A FOLHALeis, preocupação com a imagem, custos, consciência ambiental de verdade. Não importa qual seja o motivo, a redução de emissão de poluentes tornou-se uma obsessão na indústria automobilística. O desafio, porém, vai além do desenvolvimento de motores híbridos ou elétricos. Os fabricantes já começam a adotar peças feitas com materiais reciclados e pesquisam o uso de compostos alternativos, com base renovável. O mais popular nos dias de hoje é o plástico feito com a reciclagem de garrafas PET. O material é aproveitado em tapetes, forrações, painéis e consoles. Ele está até em veículos de luxo, como o Land Rover Evoque, que tem 21 quilos de matérias-primas naturais e renováveis e 16 quilos de material reciclado. "Esses materiais recebem o tratamento adequado para garantir resistência e manter as linhas requintadas", explica Gerry McGovern, diretor de design da Land Rover. A Lincoln está desenvolvendo tapetes feitos com folhas de bananeira. Já a Ford adotou espumas dos bancos confeccionados a partir do óleo de soja. "Com o aumento do preço do petróleo e dos materiais tradicionais, encontrar fontes alternativas tornou-se imperativo", diz John Viera, diretor global de sustentabilidade da Ford. O novo Fusion, que chega ao Brasil ainda neste ano, usará material produzido a partir de calças jeans recicladas no isolamento acústico. Fibras de sisal, madeira e até palha de trigo já são aproveitadas pelos fabricantes, mas a escala é pequena. CONSUMO MENOR "Por serem mais leves, as peças feitas com material reciclado reduzem o peso do carro, o que leva à diminuição do consumo de combustível e da emissão de poluentes", avalia Michael Dick, diretor de desenvolvimento técnico da Audi. Além disso, o processo de fabricação torna-se menos agressivo ao ambiente. Para o professor da Universidade de Toronto Mohini Sain, que desenvolve componentes automotivos feitos com fibras vegetais, a cadeia de produção dos materiais usados na fabricação de veículos polui mais do que a fumaça emitida pelos escapamentos. "É urgente incluir cada vez mais peças alternativas aos materiais plásticos e metálicos usados em painéis, bancos, portas, consoles e outras partes", alerta o professor. O principal estudo da equipe de Sain é o desenvolvimento de um material semelhante ao polipropileno, plástico bastante utilizado nos automóveis. A alternativa utiliza como base o amido de tapioca e de batata. Contudo, o grande desafio dos fabricantes é o elevado custo para fabricar os novos materiais. "Se não conseguirmos baratear a produção, é impossível introduzir esses compostos de maneira rentável", diz o professor. -
FIBRA VEGETAL
PLÁSTICO RECICLADO |
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