São Paulo, domingo, 01 de março de 2009

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ASSIM NA TERRA COMO NO ASFALTO

Frontier é mais agradável de guiar que Hilux

Turbo e injeção direta de diesel deixam Nissan esperta nas retomadas; Toyota é mais silenciosa e espaçosa

DA REPORTAGEM LOCAL

Deixando as contas de lado, o comparativo entre as picapes Toyota Hilux a gasolina e Nissan Frontier a diesel fica muito mais interessante, segundo o teste Folha-Mauá.
Apesar de a Frontier ter o motor turbodiesel mais potente da categoria (172 cv), praticamente empata com a Hilux a gasolina (158 cv) nas provas de arrancada.
Em tempo: a Frontier pesa 2.005 kg, exatamente 300 kg a mais do que a concorrente. É como lotar a picape com dois casais gorduchos e abarrotar a caçamba com bagagem e cacarecos das crianças. Quem dirige sabe como isso faz toda a diferença no desempenho.
Na retomada, porém, o turbo e a injeção direta de diesel ("common-rail") mostram a que vieram. São os grandes responsáveis pelo ótimo torque (força) de 41,1 kgfm a meros 2.000 rpm. Isso permite viajar de São Paulo ao Rio praticamente sem trocar a sexta marcha do câmbio manual.
É um conforto que a Hilux a gasolina não oferece e nunca vai oferecer. Simples: motores de ciclo Otto (gasolina ou álcool) têm torque mais baixo (24,5 kgfm) e funcionam bem em giros mais altos -na Hilux, seu pico está a 3.800 rpm.
Isso cobra mais reduções de marcha e esticadas sem medo de ser feliz. Mesmo que o câmbio de cinco velocidades da Toyota seja um tanto competente.
Essa "pequena" diferença também explica o motivo do baixo consumo de diesel na estrada -até 14 km/l. Com o litro de diesel custando cerca de R$ 2,10, é até reconfortante encher o tanque de 80 litros gastando pouco mais de R$ 150.

A sogra sofre
Há um problema crônico nas picapes médias que montadora nenhuma se atreve a resolver.
Quem senta atrás sofre. E sofre muito. O banco é baixo e não permite que você apoie as coxas. Para ir a Santos, até vá lá. Mas não pense em levar a sogra para passear naquele banquinho de jardim de infância até Caraguatatuba.
Segundo as montadoras, a questão é física. Com um avantajado eixo cardã (transfere a força para as rodas traseiras) e um vão livre do solo de pelo menos 320 mm, não sobra muito espaço para rebaixar o assoalho e levantar o assento. A menos que alguém coloque um teto de Sprinter numa picape. Aí, talvez, seja possível elevar o banco uns dois dedos. E já está.
Na frente, a conversa muda de figura. Há mais espaço para as pernas e para a cabeça. Mas não pense que essas picapes são limusines, apesar de combinarem no comprimento de 5,3 m. Estão longe do conceito americano "living large" (vivendo à vontade, sem o pé da letra).
Vazias, Frontier e Hilux pulam além da conta e flutuam acima de 120 km/h. Mas nada pior que uma Ranger ou uma S10. A solução? Passe numa loja de material de construção, compre dez ou doze sacos de cimento e encha a caçamba. Se dizem que funcionava no Opala, há de funcionar nessas picapes também. (FABIANO SEVERO)

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
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