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ASSIM NA TERRA COMO NO ASFALTO
Frontier é mais agradável de guiar que Hilux
Turbo e injeção direta de diesel deixam Nissan esperta nas retomadas; Toyota é mais silenciosa e espaçosa
DA REPORTAGEM LOCAL
Deixando as contas de lado, o
comparativo entre as picapes
Toyota Hilux a gasolina e Nissan Frontier a diesel fica muito
mais interessante, segundo o
teste Folha-Mauá.
Apesar de a Frontier ter o
motor turbodiesel mais potente da categoria (172 cv), praticamente empata com a Hilux a
gasolina (158 cv) nas provas de
arrancada.
Em tempo: a Frontier pesa
2.005 kg, exatamente 300 kg a
mais do que a concorrente. É
como lotar a picape com dois
casais gorduchos e abarrotar a
caçamba com bagagem e cacarecos das crianças. Quem dirige sabe como isso faz toda a diferença no desempenho.
Na retomada, porém, o turbo
e a injeção direta de diesel
("common-rail") mostram a
que vieram. São os grandes responsáveis pelo ótimo torque
(força) de 41,1 kgfm a meros
2.000 rpm. Isso permite viajar
de São Paulo ao Rio praticamente sem trocar a sexta marcha do câmbio manual.
É um conforto que a Hilux a
gasolina não oferece e nunca
vai oferecer. Simples: motores
de ciclo Otto (gasolina ou álcool) têm torque mais baixo
(24,5 kgfm) e funcionam bem
em giros mais altos -na Hilux,
seu pico está a 3.800 rpm.
Isso cobra mais reduções de
marcha e esticadas sem medo
de ser feliz. Mesmo que o câmbio de cinco velocidades da Toyota seja um tanto competente.
Essa "pequena" diferença
também explica o motivo do
baixo consumo de diesel na estrada -até 14 km/l. Com o litro
de diesel custando cerca de R$
2,10, é até reconfortante encher o tanque de 80 litros gastando pouco mais de R$ 150.
A sogra sofre
Há um problema crônico nas
picapes médias que montadora
nenhuma se atreve a resolver.
Quem senta atrás sofre. E sofre muito. O banco é baixo e não
permite que você apoie as coxas. Para ir a Santos, até vá lá.
Mas não pense em levar a sogra
para passear naquele banquinho de jardim de infância até
Caraguatatuba.
Segundo as montadoras, a
questão é física. Com um avantajado eixo cardã (transfere a
força para as rodas traseiras) e
um vão livre do solo de pelo
menos 320 mm, não sobra muito espaço para rebaixar o assoalho e levantar o assento. A menos que alguém coloque um teto de Sprinter numa picape. Aí,
talvez, seja possível elevar o
banco uns dois dedos. E já está.
Na frente, a conversa muda
de figura. Há mais espaço para
as pernas e para a cabeça. Mas
não pense que essas picapes são
limusines, apesar de combinarem no comprimento de 5,3 m.
Estão longe do conceito americano "living large" (vivendo à
vontade, sem o pé da letra).
Vazias, Frontier e Hilux pulam além da conta e flutuam
acima de 120 km/h. Mas nada
pior que uma Ranger ou uma
S10. A solução? Passe numa loja
de material de construção,
compre dez ou doze sacos de cimento e encha a caçamba. Se
dizem que funcionava no Opala, há de funcionar nessas picapes também.
(FABIANO SEVERO)
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
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