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0-km pode ser mais barato fora do Estado de produção
Fábricas levam em conta impostos e distância para calcular preço final
DA REDAÇÃO
Um carro feito em Indaiatuba (102 km a noroeste de São
Paulo) custa menos em Mato
Grosso do Sul. Um modelo produzido em Sumaré (120 km a
noroeste) tem o mesmo preço
em São Paulo e em Porto Alegre. E, por um "filho" de São
Bernardo do Campo, é cobrado
o mesmo em todo o Brasil.
Ainda que tudo isso não faça
sentido nas mentes mais lógicas, é o que acontece na hora
em que as fábricas estabelecem
o preço de um carro novo.
O caso mais "irracional" é o
da Toyota, que adapta o preço
aos impostos. A fábrica aponta
que o ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e
Serviços) é de 12% no Sudeste e
de 7% no Centro-Oeste.
Assim, a versão topo de linha
do Corolla sai por R$ 78.841 em
qualquer cidade do Sul ou do
Sudeste e por R$ 77.654 nos
municípios do Centro-Oeste.
Dependendo da distância,
pode compensar viajar para
economizar R$ 1.187. E é para
evitar esses deslocamentos que
a Honda criou duas tabelas.
Marcos Martins, gerente de
vendas da montadora, diz que a
tendência seria os consumidores virem a São Paulo se o frete
fosse baseado na distância entre a fábrica e a autorizada.
"Com a participação dos concessionários, negociamos o
preço com a transportadora.
Quanto maior o volume, melhores os preços", explica.
As grandes fábricas preferem
adotar o frete único, num movimento que começou com o
Chevrolet Celta em 2000. "Assim, todos são beneficiados",
resume Jorge Chear, diretor de
vendas e marketing da Ford.
Em sua opinião, adotar um
valor único é não punir quem
mora longe dos centros produtores. "Diluímos o frete entre
todos, o que é mais transparente para o cliente."
No caso da Ford, que adotou
a política de frete único há cinco anos, a vantagem também é
para os paulistas. A família
Fiesta, por exemplo, vem da
Bahia.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)
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