São Paulo, domingo, 02 de outubro de 2005

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FAMILIARES

Segundo teste Folha-Mauá, perua da Volks é mais ligeira nas acelerações; na cidade, Citroën bebe menos

Porta-malas menor não apaga brilho da Parati ante Berlingo

DA REPORTAGEM LOCAL

À primeira vista, pode-se pensar que a Volkswagen Parati e a Citroën Berlingo não são competidoras diretas. A carroceria da perua da Volks passa longe do estilo furgão do modelo da Citroën. Contudo pesquisas das fábricas revelam que o formato é a última preocupação de quem busca um carro espaçoso.
O que o público quer é um bagageiro generoso, um motor compatível com o peso carregado e um preço justo. Nos três quesitos, esses modelos são muito parecidos. Na disputa pelo maior porta-malas, a vitória fica com a Berlingo -que oferece 110 cv (cavalos) contra 103 cv da Parati. A diferença de preço é de cerca de R$ 2.000.
Procurada por famílias com filhos pequenos, a multivan carrega 664 l. Se mais espaço for preciso, bastará recolher os bancos traseiros e ganhar 2.136 l. Já a Parati, que recebeu as novas linhas do Gol e que conta com a lealdade dos jovens para estar há 23 anos no mercado, leva 437 l. Com os bancos rebaixados, a capacidade da VW vai para 729 l.
Por outro lado, na estrada, o motorista da Berlingo tem de se acostumar a dirigir na faixa da direita. Segundo o teste Folha-Mauá, seu motor 1.6 não é capaz de superar, nas acelerações e nas retomadas, a VW. Com álcool, a Parati 1.8 oferece 106 cv, porém é 215 kg mais "magra".
Para ir de 60 km/h a 100 km/h, por exemplo, a multivan demora 12,7s, enquanto a perua exige, com gasolina, 1s a menos.
No consumo, empatam. A Citroën, na cidade, é mais econômica: roda quase 10 km com um litro de gasolina. Com esse combustível, a Volks faz 8,2 km/l; com álcool, 7,4 km/l. Porém, na estrada, a Parati é menos sedenta, percorrendo 1 km a mais que a Berlingo.

Regresso
O desempate do comparativo surge nas tabelas de preços. A Parati é R$ 2.091 mais barata que a Berlingo. A perua da Volkswagen teve o seu preço reduzido em cerca de R$ 3.000, estratégia usada para reverter o longo declínio nas vendas e que também incluirá uma versão "off-road". A Comfortline 1.8 custa a partir de R$ 44.959 -a mais barata é a Plus 1.6, que sai por R$ 36.380.
Após dois anos longe do mercado brasileiro, a Berlingo não terá uma vida fácil para abandonar as revendas. Para a Argentina, a fábrica levou mais maquinário da Europa -onde já foi reestilizada- e passou a equipá-la com motor brasileiro, o mesmo do C3.
A Citroën afirma que a volta é definitiva, mas admite vendas tímidas: projeta que, por mês, só cem clientes paguem R$ 47.050 para ter o carro. Sem divulgar números, a VW planeja que os emplacamentos mensais da Parati aumentem -de janeiro à primeira quinzena de setembro, foram 8.562 unidades. (LUCAS LITVAY)


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