São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

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MERCADO

Crescimento nas vendas em 2004 é de 26,6% em relação ao ano passado; falta produto, e espera chega a 3 meses

Safra recorde puxa venda de caminhões

DA REDAÇÃO

É como uma bola de neve. A safra agrícola recorde no primeiro semestre permitiu mais contratações no campo. Com mais dinheiro, as pessoas no interior do Brasil passaram a consumir mais. Para abastecer o mercado, as empresas de transporte compraram mais caminhões, que passaram a carregar de soja a televisores, de cana-de-açúcar a telefones celulares. Isso num país que basicamente só usa o transporte rodoviário.
Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), entre janeiro e agosto, foram vendidos 55.378 caminhões, 26,6% a mais que no mesmo período de 2003. Até dezembro, as montadoras esperam somar cerca de 75 mil unidades. "Este ano tem sido acima das expectativas", afirma Gilson Mansur, diretor de vendas do mercado interno da Mercedes-Benz.
E a bola de neve se repete: esse crescimento aumenta o interesse das fábricas. Amanhã, a Volkswagen inicia o segundo turno na planta de Resende (RJ), a única do mundo a produzir caminhões. A Iveco passou a fazer caminhões médios e pesados em Sete Lagoas (MG), onde só montava furgões.

Conquista
Conquistar um comprador de caminhão não é tão fácil quanto atrair alguém interessado em carros. Até porque, em geral, a compra não é de apenas uma unidade, mas de dezenas. "O vendedor observa o cliente, analisa a configuração que ele precisa", diz Ricardo Alouche, gerente executivo de vendas nacionais da VW.
Em 60 dias, ele desenvolveu um novo caminhão a pedido de um cliente -que agora está disponível para quem quiser. "O mercado tem falta de produtos", reconhece Flávio Padovan, diretor de operações de caminhões da Ford. Até o produto ser configurado do jeito que quer, o consumidor pode ter de esperar até três meses.
De olho nesse mercado "configurável", a Mercedes-Benz lançou, há duas semanas, o Atego. Seu diferencial é a flexibilidade: são três cabines (standard, estendida e leito) e quatro variações de entreeixos. Ele obedece às normas de emissão de poluentes e de ruídos que entrarão em vigor em 2006 e 2007, respectivamente.
A preocupação com o ambiente começou há cerca de uma década, com o lançamento dos motores eletrônicos. A Volvo, uma das pioneiras da tecnologia, agora investe em logística para seus clientes. "O computador de bordo propicia baixar os dados operacionais do veículo", conta Bernardo Fedalto Júnior, gerente de vendas de caminhões pesados da empresa. Por satélite, é possível saber onde está cada parte de uma frota.


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