São Paulo, domingo, 04 de fevereiro de 2007

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Alternativas

S10 ganha motor 2.4 a álcool e gasolina, enquanto Ranger passa a vir de fábrica com opção de gás

Renato Stockler/Folha Imagem
Em local acidentado, a suspensão com amortecedores especiais da S10 é melhor que a da Ranger


FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL

As picapes médias 4x2 nunca foram veículos dos mais racionais: são instáveis em alta velocidade, têm espaço exíguo no banco traseiro e bebem além da conta. Isso até a chegada da Chevrolet S10 bicombustível e da Ford Ranger a gás, que querem atrair pelo preço.
Os dois primeiros problemas -e, talvez, os mais graves- as montadoras não resolveram. A Ford, aliás, passou a alertar, por ilustrações no pára-sol, sobre o risco de capotamento. Quanto ao consumo, se é difícil reduzi-lo, as fábricas deram a opção de combustíveis mais baratos.
A S10 2.4 é a primeira da categoria a receber adaptações para rodar com álcool, gasolina ou a mistura dos dois em qualquer proporção. Que os Alcoólicos Anônimos não interpretem mal, mas o álcool deu vida nova à picape da Chevrolet.
São 141 cv (cavalos) com gasolina e 147 cv com o derivado da cana-de-açúcar ante 128 cv da versão anterior a gasolina.
O torque (força), apesar de mantido em 21,9 kgfm independentemente do combustível, está mais plano e "acorda" a S10 em rotações baixas.
A Ranger ataca com um propulsor 2.3 que gera 150 cv com gasolina e 133 cv com GNV. O sistema por injeção seqüencial de gás (há quatro bicos injetores) permite uma queda de potência de 11%, louvável se comparado à perda média de 25% dos kits instalados em oficinas.

Custo/benefício
Todo esse esforço da GM e da Ford é para tentar tirar o foco das picapes de cabine dupla, turbodiesel e 4x4, donas de 93% do mercado.
E mais: elas estão tentando convencer o consumidor urbano -que raramente suja a sua picape "de estimação" em estradas vicinais- de que as versões "flex" ou GNV têm melhor relação custo/benefício que as a diesel. Sobre o argumento das montadoras ainda pesam o preço do seguro -mais alto em versões a diesel- e a diferença média de cerca de R$ 25 mil entre versões a gasolina e a diesel.
Se depender do preço -a S10 Flexpower parte de R$ 53.734, e o da Ranger a gás é de R$ 57.230-, estarão fadadas ao sucesso. A S10 cabine dupla a diesel mais barata custa R$ 89.987, e a Ranger sai por R$ 81.340.
Tudo isso para fazer o segmento emplacar mais de 100 mil unidades em um ano. Em 2006, a líder S10 atingiu 18.899 unidades. A Ranger, quarta colocada, atrás de Toyota Hilux (17.482) e Mitsubishi L200 (11.544), não passou de 9.859 carros no acumulado do ano.


As picapes foram cedidas para teste pelas montadoras


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