Mês de março bateu recorde com 340 mil carros; abril deve ter retração

FELIPE NÓBREGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Carros faturados desde a última quinta-feira perderam o desconto de até 4% do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Muitas lojas, porém, mantêm os estoques com os preços anteriores. É o caso da concessionária Amazonas, que ainda disponibiliza o Fiat Mille por R$ 21.990. O modelo é o nacional mais barato.
De acordo com Giuliano Coelho, gerente comercial da revenda, com as promoções, as próximas semanas devem ser boas para fechar negócio.
O problema, segundo Eduardo Cristian Tony, do departamento de vendas da Frei Caneca, é que o consumidor pode ter dificuldade em encontrar algumas configurações específicas.
"É preciso fazer as contas, pois, às vezes, é melhor esperar a linha 2011. Se houver retração em abril, as montadoras vão oferecer descontos", diz Tony.
Leonardo Trindade, consultor de vendas da loja Automarka, afirma que a tendência é o seminovo acompanhar as variações de preço do zero-quilômetro. "Geralmente, esse reflexo leva pelo menos três meses."
A Fenabrave (federação das concessionárias) prevê que o fim do desconto do IPI não atrapalhará o crescimento da indústria, que, segundo a entidade, deve fechar o ano com 8,8% de crescimento -a Anfavea (associação das montadoras) prevê alta de 9,3%.
De janeiro a março, o crescimento foi de quase 17% -com cerca de 750 mil unidades emplacadas, o melhor primeiro trimestre da história.
"Isso mostra que o governo acertou ao reduzir a alíquota do IPI para os veículos", diz Sérgio Reze, presidente da Fenabrave.
Para Reze, a oferta de crédito também foi fundamental. "Mas não haverá novas medidas. Em ano eleitoral, é complicado debater assuntos desse tipo."


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