São Paulo, domingo, 04 de junho de 2006

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PEÇAS & ACESSÓRIOS

"Guerra urbana" aumenta em 30% venda de blindados

Empresários de outros Estados e países buscam locação com proteção

ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os ataques do crime organizado que assustaram São Paulo no mês de maio tiveram reflexo no mercado de veículos blindados. Não só a procura por carros protegidos cresceu como também aumentou a busca por alugar um modelo assim.
Dados da Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem) indicam que houve um aumento de 30% nas vendas de produtos blindados nos últimos 15 dias em comparação com o que vinha acontecendo até abril.
Para Oldack Jaoude, gerente de marketing da Protechtor, as pessoas perceberam que estão muito vulneráveis. "Só quando acontece uma tragédia resolvem tomar precauções", diz.
Luiz Lian, 41, sócio da Totality, observa também um aumento nas consultas por aluguel de blindados. "Executivos de outros Estados e de outros países que visitam empresas em São Paulo estão preocupados com a segurança. Eles querem chegar aqui e ter um veículo seguro à disposição."

Mudança de hábito
Para Stefano Massari, vice-presidente da Abrablin, o perfil de quem adquire um blindado mudou nos últimos anos. "As pessoas preferem adquirir carros menos visados e pagar pela proteção." O Toyota Corolla é o primeiro na lista dos modelos mais blindados, seguido por Mitsubishi Pajero TR4, Land Rover Freelander, Toyota Fielder e Chevrolet Omega.
O administrador de empresas Sandro Giafonne, 37, comprou uma Toyota Hilux em março, mas só na semana passada levou a picape para ser blindada. "Eu já tinha a intenção de proteger o carro, mas, depois daquela semana trágica, minha primeira providência foi agendar o serviço."
A comerciante Cláudia Soares, 31, também tomou a atitude de blindar sua Toyota Fielder. "Consultei alguns amigos que já haviam blindado o carro, inclusive dirigi um deles. Notei que eu me senti mais tranqüila. Percebi também que não fiquei olhando a todo segundo pelo retrovisor assustada."
No Brasil, o maior nível de blindagem permitido pelo Exército -toda empresa deve ser cadastrada pelas Forças Armadas- é o 3A, que resiste a disparos de Magnum 44.
O serviço demora até 40 dias e custa, em média, R$ 50 mil. "Recomendo fugir de promoções porque o material, basicamente, é o mesmo. A diferença está na qualidade da mão-de-obra", esclarece Massari.


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