São Paulo, domingo, 04 de julho de 2004

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SEGURANÇA

Unicamp e empresa gaúcha mostram prancha e cinto; SP abriga a Semana Criança Segura, com checagem de cadeiras

Lançamentos miram proteção infantil

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Ministério da Saúde calcula que, todo ano, 1.200 crianças até 14 anos morram vítimas de acidente de trânsito. Para especialistas, a estatística diminuiria até 71% se estivessem acomodadas corretamente. Mas o problema pode estar, justamente, na cadeirinha ou no cinto de segurança.
Em 2003, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) realizou testes de impacto e constatou que os cintos de segurança não são eficientes. As crianças podem sofrer traumatismo quando projetadas contra o banco da frente. O uso do cinto abdominal pode causar laceração das vísceras. Cinto de três pontos só devem ser usados por quem tem mais de 1,45 m de altura.
Para corrigir isso, a Faculdade de Engenharia Mecânica criou uma espécie de prancha para ser fixada no banco traseiro com o cinto do veículo. Cintos adicionais "prendem" a criança em mais pontos. A universidade já pediu a patente do sistema e prevê que ele custe um terço do valor dos equipamentos tradicionais.
A "cadeira" da Unicamp funciona como uma mochila. Alças nos ombros e na cintura -nenhuma passa pelo pescoço- permitem que a criança fique firme no dispositivo. Braços e pernas ficam livres, e não há tecido acolchoado e, portanto, quente.

Solução gaúcha
Outra novidade nesse segmento vem da Criancinto, empresa de Novo Hamburgo (RS). Depois de nove meses de projeto, o produto -que leva o mesmo nome do fabricante- foi aprovado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial).
O funcionamento é parecido com o do da Unicamp, que havia reprovado a Criancinto no ano passado. A diferença é que, agora, não há como deitar no banco. Ele é ideal para crianças de quatro a dez anos e, em São Paulo, pode ser encontrado na Alô Bebê (0/xx/ 11/5585-3500) por R$ 119.
Nos EUA, durante a The Auto Interiors Show, que aconteceu em maio, foi mostrado o Grammer Automotive Integrated Child Booster Seat. Foi feito para crianças que pesam mais de 22,5 kg e que não cabem nas cadeirinhas infantis, mas são pequenas demais para os cintos das fábricas.
O assento pode ser regulado, adaptando-se melhor ao tamanho da meninada. Quando não for usado por uma criança, é facilmente transformado em assento de adulto sem a necessidade de remover peças. O equipamento circula pela Alemanha a bordo de alguns modelos da Volkswagen.
Enquanto estudos não saem do papel e componentes importados têm preços proibitivos, pode ser uma boa pedida participar da Semana Criança Segura, que vai até o domingo que vem (dia 11). Equipes mostrarão os tipos de cadeirinhas mais adequados ao peso e ao tamanho da criança, além de sua instalação certa.
Faz parte da programação checar gratuitamente as cadeirinhas nos supermercados Extra Itaim (dias 5 e 6; rua João Cachoeira, 899, Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo), Extra Morumbi (dias 7 e 8; avenida Marginal do Rio Pinheiros, 16.741, zona sul) e Extra Taboão da Serra (dias 9 e 10; rua João Batista de Oliveira, 47/329).
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)


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