Não haveria engarrafamento se 50% da frota fosse dele, diz Mercedes

FELIPE NÓBREGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O smart fortwo mede só 2,69 m. E, mesmo ao lado do Ford Ka (3,83 m), ele continua parecendo um daqueles carrinhos de brinquedo a fricção. O visual colorido e o formato simpático reforçam essa impressão.
Nos Jardins (zona oeste de São Paulo), onde a primeira concessionária da smart será inaugurada no dia 14, a Folha avaliou o fortwo e a reação das pessoas ao vê-lo nas ruas.
Quem está do lado de fora se encanta mais com o pequerrucho de dois lugares. Além de pescoçadas, o smart também espalha sorrisos.
Essas pessoas parecem saber que, se metade da frota da cidade de São Paulo fosse de smart, não haveria congestionamento, propaga a Mercedes-Benz, dona da marca. A conta leva em consideração a média de 1,2 ocupante por veículo.
Hipnotizado, um fiscal da CET-SP (Companhia de Engenharia de Tráfego) nem notou que, às 18h, a placa do modelo avaliado era a do rodízio. Aliás, a smart estuda requerer a exclusão do fortwo da restrição.
"Além de ser o menos poluente do mundo, o smart é ultracompacto. É preciso incentivar o uso de carros menores", argumenta o supervisor de produtos Roberto Gasparetti.
O smart quer revolucionar também o código de trânsito, que não permite estacionar a 90º. Na Europa, ele mudou a lei, e hoje, dez anos depois, é "cult" pará-lo atravessado.
Mas o smart não é prático só nas estreitas ruas europeias, para onde foi projetado. Aqui, seus retrovisores passam incólumes pelos motoboys.

Um de três
O smart, porém, não é o melhor carro na sua faixa de preço -de R$ 57,9 mil a R$ 64,9 mil (conversível)- nem o mais confortável, mas pode convencer pela proposta citadina.
A empresária Helena Jardinovisky, 48, afirma ter encomendado um. "Não vou me desfazer de nenhum dos três carros da família. Mas tenho certeza de que vai ter briga em casa para sair com o smart."
A Mercedes planeja vender 500 unidades até dezembro.