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A empresária Adriana Monteiro, 31, bateu numa pilastra, que danificou a tampa do porta-malsa, mas não afetou o pára-choque de seu Palio

da Reportagem Local

Basta uma olhada nas ruas para perceber uma particularidade em carros Palio: pequenos amassados na traseira. Donos do modelo da Fiat reclamam que a tampa do porta-malas (que seria muito saliente) e o pára-choque (que se deformaria facilmente) favorecem a ocorrência de danos em batidas leves contra paredes, postes ou outros obstáculos fixos.
A Folha ouviu motoristas e funileiros e fez com Palio, Gol e Corsa um teste de colisão em baixa velocidade, para verificar qual oferece menos resistência a avarias na traseira. O Palio foi o que sofreu maiores danos. A montadora, que diz nunca ter recebido reclamações, informa que o carro suportaria impactos a até 4 km/h; no teste, a carroceria foi atingida a 2,5 km/h.

Entre os vários casos de motoristas que se queixam de deformação fora do comum na traseira do Palio, está a empresária Adriana Monteiro, 31.
Ela conta que ao sair de ré de um posto de gasolina, depois de calibrar os pneus de seu carro, bateu acidentalmente em uma pilastra.
"Não acreditei no estrago. Fui manobrar o carro de ré normalmente. O pára-choque não sofreu nada, mas a tampa do porta-malas vai precisar ser trocada."
Adriana comenta ainda que levou o carro a uma oficina, onde já havia um outro Palio, com o mesmo tipo de batida.
A vendedora Ednéia Aparecida Mouta, 26, enfrentou uma situação bem semelhante à de Adriana.
Ela diz que, saindo da garagem do prédio onde mora, chocou-se com um pequeno poste de ferro, instalado na calçada. A vendedora explica que o pára-choque não sofreu nenhum dano, mas que a tampa do porta-malas "afundou".
"Acho que deve ser uma falha do carro porque o pára-choque não cumpriu seu papel."
Ednéia confirma que, depois do seu acidente, também tem visto na rua vários Palio com pequenos amassados na traseira.
A analista de sistemas Gisleyne Roja Araújo Barreto, 21, diz que, na saída de uma vaga de estacionamento, encostou na traseira de um Gol. Na hora, achou que havia tocado apenas o pára-choque. Porém, em casa, percebeu que havia um amassado na tampa.
"No momento da batida, não imaginei que a parte afetada poderia ter sido a lataria. A tampa do porta-malas amassou, e o pára-choque não sofreu nada."
Gisleyne lembra que já teve um Fiat Uno e passou por situações parecidas, mas que nunca chegou a afetar a lataria.
"Depois do acidente com o Palio, descobri que alguns colegas da faculdade já tiveram problemas semelhantes. Alguns amassaram a peça quando estacionavam e outros, quando se apoiaram na tampa para fechar o porta-malas."
Já o analista de sistemas João Carlos Lourenço de Paiva, 30, não teve a oportunidade de presenciar a colisão na traseira do seu Palio 1.6 16V, que ficara estacionado na rua. Mas afirma que o pára-choque (da mesma cor do carro) precisou de um "simples polimento", enquanto a tampa do porta-malas precisou ser desamassada em "funileiro especial".
O corretor de seguros Alcir Batista Camilo, 34, viu seu Palio, que estava parado numa garagem, ser atingido por um garoto que andava de patins no local. No tentativa de parar, o menino apoiou-se na tampa, afundando a lataria.
"Não acreditei. Ele nem estava correndo. Acho que a lataria do Palio é muito fina e precisa receber reforço por dentro. O design do modelo é muito bonito, mas tenho notado que é preciso tomar cuidado quando se fecha a tampa. Se o proprietário tentar empurrar a porta usando o limpador de pára-brisa, que também é saliente, o estrago é maior ainda."
Para evitar entrar nessa lista de "vítimas", Carlos Eduardo Kokada, 24, arranjou uma solução improvisada: vai instalar um engate de trailer no carro só para dar mais proteção à tampa do porta-malas.
"Tenho notado que esse problema é comum apenas no Palio, porque minha mulher tem um Gol e isso nunca aconteceu."
Em tempo: o Palio de Kokada foi comprado recentemente, já com a traseira amassada. "Segundo o ex-proprietário, o carro bateu de ré num pilar no seu prédio, afetando apenas a lataria."



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