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TECNOLOGIA
Tema foi abordado em seminário
Cai influência da F-1
em carros de passeio
da Reportagem Local
A F-1 trouxe várias inovações
aos carros de passeio -e esse discurso sempre foi frequente. O fato
é que a contribuição da categoria é
cada vez menor -há cerca de
duas décadas pouco de relevante,
em termos de tecnologia, é transmitido aos automóveis.
Essa é uma das conclusões a que
se pode chegar a partir do seminário "As Fronteiras da Tecnologia",
um dos eventos pré-GP Brasil.
Como um fotógrafo, que usa
uma câmera manual para "trabalhar" imagens, os pilotos preferem
um carro sem determinados recursos. Caso do sistema de freios
ABS, que corrige a trajetória do
veículo -um bom piloto opta por
fazer ele mesmo a manobra.
"Um dos principais benefícios
da categoria hoje é o sentido de urgência com que é preciso solucionar problemas, fazendo uso da alta tecnologia", afirma John Taube,
principal engenheiro da Goodyear
para preparo de pneus de corrida.
"Há características comuns para
superar desafios em ruas e corridas." Mas ele confirma intervenções da FIA (Federação Internacional de Automobilismo, a toda-poderosa entidade que rege a
F-1) para diminuir os avanços.
Em alguns casos, a transferência
de tecnologia vem até da área aeroespacial, passa pela F-1 e chega
aos carros de passeio. O exemplo é
dado por Chris Lee, diretor de tecnologia da British Aerospace, que
acaba de firmar uma parceria com
a hegemônica equipe McLaren.
"Temos um histórico em indústria de defesa. Mas, por uma questão de confidencialidade com a
McLaren, também não posso dar
mais detalhes disso que chamamos de engenharia de competição", afirma Lee.
O fato é que, mesmo sem o revolucionário sistema de freios, proibido na prova de uma semana
atrás, em Interlagos, a equipe repetiu a façanha da Austrália e ganhou de ponta a ponta a corrida.
"É claro que a solução do carro
passa principalmente por design e
aerodinâmica", disse Lee à Folha,
para depois fazer propaganda:
"Acho que a contribuição da British é o segredo do sucesso da
McLaren". Para ele, de nada vão
adiantar proibições por parte dos
"cartolas", pois os técnicos sempre vão buscar fórmulas novas.
Já quanto a afirmar que a categoria está cada vez mais diminuindo
o talento do piloto para privilegiar
aqueles que têm a melhor máquina, ele considera uma questão "difícil" -e reconhece isso como um
fato real e que, informalmente, foi
criada neste ano uma "categoria
B" na F-1, ou seja, os pilotos que
não são da McLaren.
Luiz Rosenfeld, diretor técnico
da Mitsubishi, mostrou um vídeo
do modelo HSR4, superfuturista
-mas já ultrapassado, segundo
ele, pelo HSR6- que tem cockpit
(local onde fica o piloto ou motorista) que protege a pessoa.
Os controles eletrônicos de olhar
-sim, o carro ajusta banco, espelhos e outros elementos de acordo
com o campo de visão do motorista- não teriam vindo da F-1.
(LUÍS PEREZ)
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