|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ENERGIA ALTERNATIVA
Alunos de mecânica da FEI desenvolvem sistema de refrigeração que não retira potência do motor
Ar-condicionado utiliza calor do escape
da Reportagem Local
Alunos de engenharia mecânica
da FEI (Faculdade de Engenharia
Industrial), de São Bernardo do
Campo, em São Paulo, desenvolveram um projeto de ar-condicionado para veículos que não retira
potência do motor, como acontece nos sistemas convencionais.
O ar-condicionado desenvolvido pelos alunos é denominado
Projeto TOT's e utiliza como fonte
de energia o calor produzido no
escapamento.
De acordo com o professor de
mecânica Airton Nabarrete, o
princípio de funcionamento do
equipamento é o mesmo usado
nos sistemas de refrigeração de algumas décadas atrás.
Neles, o ar frio era obtido por
meio de máquinas a vapor ou pela
queima de querosene.
No sistema alternativo, o compressor -equipamento que eleva
a pressão do gás freon ou CFC
(clorofluorcarboneto) para originar a refrigeração- é substituído
por componentes denominados
trocador de calor e absorvedor,
além de uma pequena bomba elétrica para movimentar uma mistura de água com sal.
Economia de potência
O CFC é um gás que, em reação
com o ar na estratosfera (situada
acima de 12 mil quilômetros do
solo), prejudica a camada de ozônio que envolve o planeta. Essa camada protege contra os raios nocivos do Sol.
Por esse motivo, os sistemas de
refrigeração de automóveis têm sido substituídos pelo R 134 A, gás
inócuo na atmosfera.
O compressor no ar-condicionado convencional funciona ligado
ao motor do veículo, de onde retira energia para funcionar.
"No nosso sistema não há "roubo' de potência. Consequentemente, há uma economia de combustível", explica. Em alguns casos, o ar-condicionado em funcionamento chega a retirar até 10%
da potência do motor.
Preço
Outra vantagem apresentada
por Nabarrete é a ausência de vazamento de gás freon ou de CFC
no sistema alternativo, uma vez
que o conjunto não utiliza essas
substâncias para trabalhar.
O sistema funciona com uma
mistura de água e sal (bromato de
lítio), substância que auxilia na
produção do ar refrigerado.
A desvantagem, segundo Nabarrete, é o tamanho do equipamento
usado, de 10% a 20% maior que o
convencional, tendo como base
um sistema de ar-condicionado
que equipa ônibus. O projeto ainda não foi testado em carros.
O equipamento alternativo custa
cerca de R$ 3.000 a menos, também quando comparado ao sistema de refrigeração de ônibus.
"Como o componente mais caro
é substituído -no caso, o compressor-, o conjunto acaba ficando mais barato", completa Nabarrete.
(LUCIANO SOMENZARI)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|