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Cheiro de carro novo pode ser mau
DA REPORTAGEM LOCAL
Há quem diga que o melhor perfume não é o francês, mas o do carro novo. O
tolueno -gás produzido
no interior de um veículo
zero-quilômetro-, porém, pode ser nocivo.
O médico Paulo Saldiva,
da USP, explica que o tolueno é uma substância
orgânica volátil que interfere nas hemoglobinas
(transportadores de oxigênio no sangue) e pode provocar disfunções na respiração, como ofego.
Segundo a OMS, o aconselhado é que o ser humano, num ambiente fechado, respire, no máximo, 50
ppm de tolueno por uma
hora. No teste, o Renault
Logan -os carros foram
selecionados aleatoriamente- chegou a 97 ppm.
Em nota, a Renault afirma que "os testes realizados na França com o Logan produzido no Brasil
registraram um valor de
tolueno abaixo do estabelecido pela OMS".
Já o Honda Accord
-que custa R$ 64.010 a
mais que o Logan (R$ 92
mil ante R$ 27.990)- ficou dentro dos limites da
OMS. Não passou de 47
ppm. A Honda diz que o
carro segue os padrões internacionais de qualidade.
Um Fiat Stilo com 50
mil quilômetros -portanto sem o cheiro de novo-
também está dentro dos
padrões da OMS. O pico
foi de 41 ppm.
"Há empresas que vendem fragrâncias de carro
novo. Também são tóxicas", alerta Henrique
Cury, representante da
Eco Quest no Brasil.
Nos EUA, a empresa
vende um produto que
neutraliza o CO, o CO2 e o
tolueno. "A tecnologia é da
Nasa, que monitora a qualidade do ar nas aeronaves
que vão para o espaço."
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