São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2004

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USADOS

Carros vendidos em leilões são mais baratos, mas é preciso cuidado antes de fechar negócio, já que não têm garantia

Veículo leiloado custa até 30% menos

ROSANGELA DE MOURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se o motorista aceitar correr riscos fora das ruas, pode ser um bom negócio comprar um carro em leilão. O bem custa, em média, de 15% a 30% menos que nas lojas. Não é à toa que o número de pessoas físicas tem crescido nesses eventos, e os pregões acontecem todo dia, em especial nas cidades ao redor da capital paulista.
Sérgio Vila Nova de Freitas, leiloeiro oficial da Freitas Leilões, diz que 60% das notas que emite são para consumidores que compram pela primeira vez num pregão. ""Eles estão conseguindo mais informações e se interessando pela modalidade", declara.
Mas não convém se empolgar. Até os leiloeiros pedem cautela para evitar comprar gato por lebre e depois não ter a quem recorrer. "No primeiro leilão, o comprador não deve adquirir nada, só prestar atenção aos detalhes, principalmente à condição dos veículos", diz Roberto Mauro, leiloeiro da Sodré Santoro.
O presidente da Assovesp (associação dos revendedores), George Assad Chahade, é contra esse tipo de venda. "Todos querem fazer um bom negócio, mas o leiloeiro não se responsabiliza pela procedência e pelo estado do veículo."
Ele alerta que há risco de arrependimento nas compras motivadas por valor final mais baixo. "Só depois de todos os reparos, principalmente os dos defeitos ocultos, conclui-se que comprar um modelo igual em uma loja custaria o mesmo", compara.
Por isso, é importante consultar o sindicato dos leiloeiros para se certificar de que o profissional é idôneo. A orientação do Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) é atestar que o evento é feito por um profissional matriculado na Junta Comercial.

Origem
As frotas leiloadas têm várias procedências. Podem ser veículos que bancos e financeiras tomam de inadimplentes, carros de empresas ou de locadoras, recuperados de roubos ou batidos ou mesmo usados por funcionários de montadoras. Fábricas como Ford, Mercedes-Benz e Volkswagen se tornaram clientes dos leiloeiros.
"São veículos com baixíssima quilometragem, usados por gerentes de fábricas, que trocam de carro todo ano. Eles têm uma valorização maior que os outros veículos, mas podem ser adquiridos, em média, por 15% menos que o valor de mercado", comenta Jacques Fernandes, preposto do leiloeiro oficial Ronaldo Milan.
Modelos de Ferrari, Porsche e Audi e até raridades como um Volkswagen Fusca 66 são encontrados. Mas o grande volume de vendas é de "populares", que representam 70% das ofertas.
O mercado de leilões cresce 20% ao ano. Em média são vendidos 30 mil veículos por ano em São Paulo. Para 2004, a expectativa é de 50 mil carros. A maioria dos leiloeiros não aceita carros particulares por desconhecer a origem.


Junta Comercial: 0/xx/11/3826-7599; Sindicato dos Leiloeiros: 0/xx/11/ 6447-2110; Procon: 1512

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