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Com 416 cv, XK-R vale o que custa
Jaguar vem ao Brasil em 2007; câmbio se destaca no cupê, que custa R$ 272 mil na Inglaterra
DO "INDEPENDENT"
"Um XK com o volume no
máximo." É assim que Mike
Cross, responsável por fazer os
Jaguar serem um Jaguar, descreve o novo XK-R. Suas partes
são as do XK com um compressor, e o todo é um carro que faz
o "primo" Aston Martin DB9
parecer extravagante.
O DB9 custa, na Inglaterra, o
equivalente a R$ 431 mil e usa
um motor V12 (12 cilindros em
"V") de 450 cv (cavalos). O XK
sai por R$ 272 mil e tem um V8
de 416 cv. É potência suficiente.
Os dois carros são frutos de um
mesmo designer: Ian Callum.
O consumidor provou que
gosta da carroceria de alumínio
do XK: as vendas têm crescido,
adicionando vibrações positivas à aura negativa em volta da
Jaguar. Corre o boato de que a
Ford irá vendê-la.
O XK -que será exibido no
Salão de São Paulo e começará
a ser vendido em dezembro-
tem um visual moderno e é claramente um Jaguar. A dirigibilidade é boa, e a transmissão,
ainda melhor. Se há uma falha,
é o motor V8, que exige esforço
para entregar seus 300 cv.
Porém dirigir a versão R
-"apimentada" no visual- é
provar todo o seu potencial.
Ande a 3.000 rpm, engate a
quarta marcha manualmente e
pise no acelerador. O torque
(força) corre para a traseira, e o
Jaguar pula para a frente, sob
controle total do condutor. De
0 a 100 km/h, são 4,9s.
Ao frear numa curva, sentem-se os freios fortes. Passe da
quarta para a terceira marcha
-as trocas são mais rápidas que
as do XK, mas ainda executadas
com perfeita maciez. Agora vire: a suspensão adaptativa deixa o amortecedor traseiro mais
duro 0,3s antes que o dianteiro,
ajudando na curva. Pise no acelerador novamente, segure firmemente e sinta o XK-R aderir
ao piso novamente enquanto
espera seu próximo desafio.
Câmbio
O câmbio é apaixonante. É o
mesmo automático de seis velocidades usado em vários carros de luxo, mas, com a programação da Jaguar, é melhor no
XK-R do que em qualquer outro modelo. A Jaguar poderia
ter tornado as trocas automáticas completamente despercebidas, mas considera que os
motoristas preferem a sensação de que algo mecânico acontece durante a troca das marchas. Então, há apenas uma rápida pausa -nunca abrupta,
apenas suficiente para sentir.
Ainda melhor, porém, é como as trocas manuais funcionam. São rápidas, precisas e
obedientes. Como no câmbio
F-1 da Ferrari, o câmbio "corta"
o motor para uma redução prefeita de marcha. Não há aquela
monotonia dos chamados Tiptronic: no XK-R, você troca as
marchas para se divertir.
Há também o modo esportivo, que proporciona respostas
mais rápidas. Ele é menos satisfatório porque as trocas podem
ser ásperas e inesperadas. O automático comum tem respostas rápidas o suficiente.
A Jaguar também parece entender como deve ser a suspensão de um esportivo melhor
que qualquer outra marca. O
XK-R é firme, mas nunca ríspido nos buracos. E existe algo
extraordinário: o cupê e o conversível têm a suspensão regulada do mesmo modo, enquanto a maior parte dos descapotáveis é mais macia. Isso significa
que o XK-R tem uma estrutura
bastante rígida. Então o conversível é uma opção melhor?
Não, pois o cupê é o conceito
original de um carro esportivo.
No seu patamar de preço, o
XK-R está numa posição intrigante. É mais barato que o Mercedes-Benz SL 500 -oferecido
no Brasil por US$ 255 mil (R$
550 mil)-, ainda que, em realidade, seja rival de sua versão esportiva, o SL 55 AMG.
Também é páreo para o Porsche 911 Turbo, que começou a
ser vendido no país agora por
US$ 358 mil (R$ 770 mil). Ele
parece adormecido até o acelerador ser acionado -quando o
motorista corre o sério risco de
ter sua habilitação apreendida.
É estranho declarar que um
carro de R$ 272 mil é uma barganha. No contexto, o XK-R é
exatamente isso. Mas os brasileiros terão de esperar até dezembro de 2007 para tê-lo.
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