COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se, durante o dia, os óculos com lentes especiais podem ajudar o motorista, à noite, sua eficiência é restrita. Em geral, esses modelos -que prometem alívio no período noturno- só funcionam como um filtro, melhorando o contraste com a luz amarela, a mais comum.
"Esses óculos dão a falsa impressão de enxergar melhor. Sob luz amarela, eles até ajudam, mas diminuem o contraste onde não há iluminação", diz Luis Alberto Vieira de Carvalho, físico e coordenador do Laboratório de Óptica Oftálmica da Universidade de São Paulo.
Os óculos de lentes amareladas, segundo ele, não chegam a ser nocivos à saúde, mas também não contribuem para a redução de acidentes de trânsito.
João Edward Soranz Filho, oftalmologista e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, não recomenda esse tipo de óculos para pacientes incomodados em dirigir à noite: "Nesses casos, é melhor conferir a necessidade de uso de óculos de grau -ou a atualização das lentes- e evitar guiar em vias pouco iluminadas por um tempo prolongado".
Outra dica, diz o oftalmologista, é não fixar o olhar no farol de carros que vêm em sentido oposto. O mais indicado é alternar o foco de visão entre a estrada e o acostamento. É importante também manter vidros limpos e faróis regulados.
As lâmpadas de xenônio -usadas em carros de luxo ou vendidas como acessório- reduzem o desconforto dos outros motoristas, explica o físico. "A luz azulada reflete bastante, provocando menos irritação no olho do que a amarela ou a vermelha, usada em lâmpadas comuns de halogênio."
Além de incomodar os outros motoristas, o uso de farol alto em vias iluminadas é proibido, diz o artigo 224 do Código de Trânsito Brasileiro. A infração é leve e soma três pontos na carteira de habilitação. A multa é de R$ 53,20. (DA)


Texto Anterior: Verão exige cuidados especiais
Próximo Texto: Cartas
Índice