São Paulo, domingo, 13 de março de 2011

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Um Passat para dirigir de sapatênis

Mais potente e caro sedã VW da história, o CC reforça seu caráter esportivo com o kit R-Line e mimos de luxo

No melhor estilo "cupê de 4 portas", CC (300 cv) de R$ 189 mil só é uma pechincha diante do Mercedes CLS (272 cv)

FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO

De férias pelo Brasil, um concierge paulista que mora em Mônaco toma um susto ao se deparar com o Passat CC com o kit esportivo R-Line. "Caramba, um desses aí é raro até em Monte Carlo!"
Talvez porque, no famoso bairro do principado, endinheirados e adeptos de "cupês de quatro portas" prefiram logo o Mercedes CLS AMG, que custa o dobro do preço do Volkswagen.
Em comum, os dois só têm a bela silhueta arqueada do teto e o fato de serem preparados por grifes aprovadas por seus respectivos construtores -uma espécie de "tuning" prêt-à-porter.
A GmbH assina os pacotes R-Line da linha Volks. Criou para o Passat CC as saias laterais e o spoiler dianteiro, que raspa com facilidade mesmo em valetas rasas.
No interior do modelo, o toque de exclusividade fica por conta do volante de base chata em couro perfurado, como nos bólidos de competição. Já o Park Assist (sistema que estaciona o veículo sozinho em vagas paralelas) é o luxo que o consumidor leva por desembolsar R$ 9.000 extras pela versão esporte-chique do CC (R$ 189 mil), o sedã VW mais caro no Brasil.
E o mais potente, ainda que a versão de entrada do CC, à venda desde 2009, tenha estreado antes o motor 3.5 V6 com injeção direta de gasolina de 300 cv.
Mas é graças ao câmbio de seis marchas sequenciais com dupla embreagem e à tração integral nas quatro rodas que o modelo deve erguer as mãos para o céu.

MONGE
Na pista, são eles que não deixam o Passat CC patinar para arrancar junto com "muscle cars". A marca de 6,5s na prova de 0-100 km/h, por exemplo, é exatamente igual à do insano Challenger com seus 425 cv, aponta o teste Folha-Mauá.
Com a diferença: o VW parece um monge ao lado do Dodge, de tão comportado e previsível. Ideal para quem não gosta de corrigir o carro a cada curva rápida.
Mais burocrático, só o ACC (sigla em inglês para Controle Adaptativo de Cruzeiro), que permite guiar o Passat sem precisar tocar no pedal do freio ou no acelerador.
Basta ajustar a velocidade máxima e a distância que se quer manter em relação ao carro da frente para que ele siga o fluxo. Sozinho.
Assim, dá até para mudar a estação do rádio na tela sensível ao toque ou ajustar individualmente a temperatura escolhida pelos ocupantes dianteiros -os dois de trás, se forem altos, vão raspar a lateral da cabeça no teto estreito e de caimento acentuado.
Esse visual exótico, aliás, é o que diferencia o CC do Passat tradicional (210 cv), que foi reestilizado na Europa -o modelo desembarca aqui ainda neste semestre.
Apesar de menos potente, é igualmente acertado e bem acabado. Vai custar na faixa dos R$ 100 mil. Em Monte Carlo ou Moema, o CC R-Line parece ter poucas chances.

A VW cedeu o Passat para teste

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br;
0/xx/11/4239-3092



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