DA REDAÇÃO

Depois de se popularizarem nas casas, os DVDs estão começando a aparecer nos carros. E, às vésperas das férias, são a opção mais comum para distrair crianças irrequietas durante horas até chegar ao destino.
"O carro é um espaço mais restrito, por isso as crianças ficam mais agitadas", atesta a psicoterapeuta familiar Sylvia Van Enck Meira.
A pior idade é entre 4 e 7 anos, período em que a criança já não está em sua cadeira, que é mais alta, mas não tem total visão do exterior. Com irmãos, a situação é pior porque há uma disputa pela atenção.
Os pais que pensam nos DVDs -ou nos vidoegames portáteis- em troca de uma viagem tranqüila devem ter em mente duas coisas: os equipamentos ainda são caros, e é preciso ter um para cada filho. Ou então a briga continuará.
Com uma tela de 2,5 polegadas, o equipamento da Multilaser sai por R$ 639,90. O aparelho da Visteon, que tem um dos maiores visores do mercado -dez polegadas-, custa R$ 3.500. A versão doméstica é encontrada por menos de R$ 200.
"Nada entretém a criança por muito tempo", alerta Meira. Por isso pode ser melhor -e mais barato- investir num CD de história ou de música suave, em brincadeiras de adivinhação ou em bonecos, por exemplo.

De série
O DVD já desperta o interesse das montadoras. Em 2005, a Citroën vendeu a Xsara Picasso com o equipamento. Agora, é a vez da Renault Scénic.
A série Kids, limitada a 500 carros, vem com DVD no teto e dez filmes infantis. O preço é de R$ 56.990 contra os R$ 54.530 cobrados pela versão Authentique, na qual é baseada. Em maio, das 450 minivans emplacadas, 135 eram Kids.
Alessandro Vetorazzi, gerente de marketing da Renault, conta que o DVD é vendido como acessório nas revendas para a Scénic e o Mégane, mas que a procura maior é por entradas auxiliares para MP3 e pela tecnologia Bluetooth.
Segundo ele, o estoque de Scénic Kids deve durar até o Dia das Crianças. A Renault pode voltar a editar a série.
"Nossa idéia foi reforçar a imagem para as crianças, que também opinam [sobre o carro da família]", explica Vetorazzi. "Além disso, a bagunça compromete a dirigibilidade."
No entanto, nem nos momentos de maior estresse, os pais devem ameaçar deixar a criança no meio da estrada. "Isso é terrorismo. A criança não pode ter a percepção de abandono", diz a psicoterapeuta.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)


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