São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2010

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Venda de "jipões" cresce 10 vezes em 6 anos

Busca por segurança e por status motiva procura, mas apenas 5% usam carro na lama

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Jipões estão na moda. A venda de utilitários, com ou sem tração integral (4x4), cresce mais do que a do próprio mercado de veículos.
Em 2004, eles ficavam com menos de 1% das vendas. De 1,6 milhão de carros comercializados, 13 mil eram utilitários esportivos (SUVs) ou "crossovers" -jipes derivados de carros de passeio.
As montadoras estimam vender 130 mil neste ano -quase 4% dos 3,4 milhões de carros que devem ser licenciados, segundo previsão da Anfavea (associação dos fabricantes de veículos).
A capacidade para enfrentar qualquer terreno parece a resposta mais óbvia para a alta nas vendas, mas poucos donos encaram a lama.
"Pesquisas indicam que, em média, apenas 5% dos proprietários de utilitários colocam seus carros fora da estrada. A maioria, porém, valoriza esse aspecto de valentia", diz Paulo Sérgio Kakinoff, presidente da Audi.
Por isso, há tantos nas capitais. Dos 2.000 Honda CR-V (R$ 87 mil) vendidos em setembro, 14% foram em SP, 5% no Rio e 1,8% em Belo Horizonte. Já o Toyota SW4 (R$ 150 mil) emplacou 35 em SP e 15 no Rio, de 550 no mês.
Em geral, os SUVs são mais pesados e têm maior arrasto aerodinâmico que os carros -ou seja, consomem mais e andam menos.
Por outro lado, muitos jipões têm opção de tração 4x4, com gerenciamento da força nas rodas em situações de baixa aderência.

SEGURANÇA
"A tração 4x4 também atrai pela segurança. Já a carroceria alta e robusta é adequada para ruas cada vez mais esburacadas", avalia Reinaldo Muratori, gerente de engenharia da Mitsubishi.
Esse é o argumento de vendas do lançamento da marca. O ASX é mais urbano, mas oferece o 4x4.
Para Gustavo Colossi, gerente de marketing da Chevrolet, a venda está relacionada ao perfil do consumidor. "O cliente pode não usar muitos dos equipamentos que estão no carro, mas ele gosta de saber que estão à sua disposição e paga mais por isso", afirma.
Os "crossovers" urbanos costumam ter tração dianteira, como o Honda CR-V, o Hyundai Tucson e o Kia Sportage. "Nesse caso, a compra é motivada pelo status que esse tipo de veículo confere", opina Ricardo Bock, professor de engenharia automotiva da FEI (Fundação Educacional Inaciana).
De acordo com os fabricantes, as mulheres também aqueceram as vendas, atraídas pela posição elevada de dirigir e sua sensação de segurança.
(RICARDO RIBEIRO)


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