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Globalizada, Chevrolet se desatualiza no Brasil
Gama local deixa de seguir Opel para vender produtos mundiais
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A LAUSANNE
A General Motors quer
transformar a Chevrolet numa
marca global. Para os brasileiros, isso representa uma notícia boa e outra ruim.
O país será responsável pela
criação de todos os utilitários e
picapes médios vendidos no
mundo, mas modelos como
Corsa e Zafira não acompanharão mudanças feitas na Europa.
Até hoje, os carros fabricados
no Brasil seguiam a linha da
Opel -o braço europeu do
maior fabricante mundial de
veículos- com o logotipo da
Chevrolet, marca ligada fortemente ao mercado americano.
A partir de agora, são cinco centros responsáveis pelo desenvolvimento dos novos veículos.
Não há previsão de quando
acontecerá a convergência total, mas o que a montadora pretende é que os lançamentos tenham uma "plataforma global".
Ou seja, ainda que o Prisma
tenha sido criado no Brasil, o
projeto de sua próxima geração
deve vir da Coréia do Sul, responsável pela criação de carros
pequenos. Os outros centros ficam na Austrália, na Europa e
nos Estados Unidos.
Também está descartada a
importação do Spark para combater o chinês Chery QQ, produzido no Uruguai. Ele teria de
pagar 35% de Imposto de Importação e ficaria muito caro.
Por enquanto, a arma será o
Celta, que, um dia, será o mesmo carro que o Spark.
Ainda que o centro brasileiro
tenha contribuído na criação
do Hummer H3 e na adaptação
do Astra para o mercado norte-americano, o primeiro projeto
totalmente feito aqui será a nova geração da S10, que também
será produzida na Ásia em parceria com a Isuzu.
O jipinho Prisma Y, mostrado como conceito no Salão de
São Paulo de 2006, entra na fila. "Mostramos para o pessoal
da região Ásia-Pacífico [que inclui China, Índia e Tailândia], e
eles também gostaram. Agora
precisamos achar uma plataforma", conta Don Johnson, diretor de marketing e vendas para a região Laam (América Latina, África e Oriente Médio).
As diferenças regionais, porém, serão respeitadas. Exemplo: a "gravata" da Chevrolet
continua envolta num círculo
para o mercado brasileiro. No
México, permanece azul.
Descompasso
Enquanto o Brasil não alinha
sua gama com a mundial, vai
vender carros desatualizados.
"Talvez dez anos seja muito para não ter nenhuma mudança,
mas a Zafira não vai ser como a
européia", revela Johnson. O
mesmo ocorre com o Corsa.
O Astra é um caso isolado. O
Vectra brasileiro teve seu desenho exportado para a Europa,
onde é vendido como Astra Sedan. Isso quer dizer que o novo
Astra, no Brasil, será como o
europeu, talvez sem tantos
equipamentos de segurança.
As mudanças podem ser comercializadas com o nome de
Vectra hatch, enquanto o Astra
continuaria sendo produzido.
Vale registrar que a globalização não é tão grande assim
quando o assunto são os carros
produzidos nos Estados Unidos. O retrô HHR já tem sua exportação definida para a Europa, assim como o Camaro. Mas
os mercados em desenvolvimento não devem recebê-los.
JOSÉ AUGUSTO AMORIM viajou de Genebra a
Lausanne a convite da General Motors
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