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peças & acessórios
"Run-flat" começa a ter reclamação
Pneu que roda furado tem manutenção cara e reposição difícil; nos EUA, há até processos
DO "NEW YORK TIMES"
Os pneus "run-flat", oferecidos em carros de luxo nos últimos anos, são um alívio para a
segurança. Furados, podem rodar por quilômetros, permitindo que o motorista vá a um lugar seguro para arrumá-los.
Agora, começam a aparecer
as primeiras reclamações sobre
eles, especialmente em relação
ao custo de troca elevado e à dificuldade de reparo. Alguns
consumidores estão tão irritados que entraram na Justiça: a
Honda e a Michelin são alvo de
um processo em Los Angeles.
As empresas de pneus dizem
que os "run-flat", que têm uma
banda de rodagem mais rígida,
devem ser usados como os normais e que os problemas são
causados por uma manutenção
fraca, incluindo uma calibragem acima do necessário.
Os fabricantes dizem que, no
caso de o pneu explodir, é mais
fácil controlar o carro. Já as
montadoras gostam porque
não é preciso colocar estepe no
carro, o que significa mais espaço no porta-malas.
Além disso, eliminar o pneu
extra, na Toyota Sienna, permitiu transformar uma minivan
com tração dianteira em uma
com tração integral, com espaço para o segundo diferencial.
Um panfleto da Sienna 2007,
porém, alerta que os pneus podem durar apenas 25.000 km
-40% do que duram os comuns-, dependendo das condições de uso e de manutenção.
Para Clarence Ditlow, diretor-executivo do Centro de Segurança Automotiva, os casos
na Justiça mostram que "a primeira geração dos "run-flat" na
Sienna não era bem desenhada
e se desgastava prematuramente". "Sejam carros ou
pneus, consumidores devem
evitar novos modelos porque a
chance de problemas é grande."
Maria Ocampo, dona de uma
Odyssey, descreve sua "paixão": "Não precisei entrar em
pânico. Dois pneus furaram, levei as crianças à escola e cheguei ao trabalho na hora".
Ela, porém, diz que se desapontou por ter de ligar à Michelin para descobrir uma loja da
Honda onde pudesse arrumar
seus pneus. Além disso, a revenda disse que um novo jogo
custaria US$ 1.600 (R$ 3.360).
Na Justiça
O processo mais recente é
contra a Michelin e seu Energy
LX4 PAX, usado na Honda
Odyssey Touring e oferecido
como opcional no Acura RL. A
ação não discute a segurança do
"run-flat", mas diz que o consumidor não foi bem informado
sobre o custo de manutenção.
O PAX, no lugar de bandas
mais rígidas, tem um anel de
suporte interno. A Michelin diz
que isso permite economia de
combustível, pois o pneu não
precisa ser tão rígido. Mas seu
desenho o torna mais difícil de
ser arrumado.
Para Mark Anderson, um dos
advogados que movem a ação, é
"ridículo" que o reparo do PAX
seja tão complicado. Em 2005,
ele processou a Toyota, a Bridgestone e a Dunlop por causa
dos pneus "run-flat" da Sienna.
Lynn Mann, porta-voz da
Michelin, afirmou que o processo tem "muitos erros e declarações inexatas". Chris
Naughton, porta-voz da Honda, disse que a companhia não
havia visto o processo, mas que
o pneu era um "ótimo e conveniente produto, que dá segurança aos consumidores".
Para viajantes que não encontram onde arrumar o pneu,
a Michelin diz que pode entregá-lo em menos de 12 horas.
Mas o sistema de apoio não
funciona, reclama Jean Carper,
que move uma ação. Ela disse
que não conseguiu achar onde
arrumar os pneus de seu RL e
recebeu da Michelin uma previsão de chegada de cinco dias.
Teve de esperar até uma segunda-feira para pedi-los em uma
revenda da Acura. No dia seguinte, estavam em seu carro.
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