Versão bicombustível do Ford o torna mais rápido que rivais, como o Volkswagen Golf 2.0; com câmbio automático, é mais cara que Citroën C4

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Focus não estava na mira do departamento de marketing da Ford, que priorizava o Ka e o Fiesta. Mas, em 2008, com o lançamento da nova geração, o foco dos holofotes mudou.
Na época, apesar das acertadas mudanças no modelo, o carro chegou sem o motor "flex" -e não faltaram críticas.
Com bom atraso, o Focus recebeu a tecnologia bicombustível no final do ano passado, com a introdução da família Sigma 1.6 (até 115 cv). Agora, o álcool chega também ao Duratec 2.0 (até 148 cv), que passou pelo teste Folha-Mauá.
Com gasolina, os números não mudam em relação à versão anterior. Com álcool, atinge 100 km/h em 11,7s -1,5s mais rápido que o Volkswagen Golf 2.0, testado em março.
Com disposição e elasticidade, o motor compensa a falta da quinta marcha na transmissão automática sequencial.
Relações mais alongadas nas três primeiras marchas elevam o conforto a bordo ao permitir trocas mais suaves e silenciosas. O motorista ainda pode optar por trocas manuais.
A acertada calibragem da suspensão independente nas quatro rodas proporciona um prazer ao dirigir encontrado em poucos veículos.
O acabamento interno poderia ser melhor. O painel tem espuma emborrachada agradável ao toque, mas algumas peças plásticas destoam do conjunto.
Com 2,63 m de entre-eixos, o hatch tem bom espaço interno. Os bancos, com laterais mais salientes, seguram o corpo dos ocupantes em curvas.
A versão testada, a topo de linha Ghia, parte de R$ 67,9 mil. A Ford cobra R$ 4.610 pela transmissão automática.
Por R$ 72.520, ele é R$ 3.320 mais caro que concorrentes como o Citroën C4 (R$ 69,2 mil).
Quem não liga para itens como bancos de couro, teto solar elétrico e partida sem chave pode levar a versão GLX do Ford, que também tem ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, freio ABS, rodas de 16" e toca-CD ou MP3. Tudo por R$ 58.705.
(RICARDO RIBEIRO)