São Paulo, domingo, 19 de março de 2000


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Carga perde para luxo na Dakota R/T

CHRISTIAN MARRA
enviado especial a Angra dos Reis

A nova Dodge Dakota R/T é um exemplo das picapes que estão deixando de ser meras carregadoras para assumir outras identidades. Além da aptidão para levar carga, ela tem esportividade por fora e ares de carro de luxo por dentro.
Como resultado, a capacidade de carga foi reduzida em relação às demais versões da Dakota: caiu de 1.000 kg para 750 kg, devido à maior maciez da suspensão.
Outra novidade para quem busca comodidade é a adoção de câmbio automático como item de série na nova versão. Esse câmbio é oferecido na linha 2000 como opcional na versão Sport.
Antes, só a picape Chevrolet S10 Executive era vendida com esse tipo de câmbio. Mas o carro da GM não possui opção de motor V8, embora esteja disponível com cabine dupla. A Dakota só receberá essa cabine quatro portas, denominada Quad Cab, em 2001.
Externamente, a Dakota R/T (de "road and track", estrada e pista) ganhou uma grade pintada na cor da carroceria, acessório que é cromado na versão Sport. As novas rodas esportivas, além das inscrições na carroceria, são outros indicadores da nova versão.
Seu motor V8 Magnum -nome da família de propulsores da Dodge- gera 232 cv (cavalos) de potência, contra 177 cv do motor V6 da versão Sport. O V8 também traz mais torque: 40 kgfm a 3.200 rpm, contra 31,12 kgfm, garantindo arrancadas mais firmes.

Na pista
A reportagem da Folha avaliou a Dakota V8 nos arredores de Angra dos Reis (RJ). O que mais chamou a atenção foi o ajuste da suspensão, que, por ser mais macia, provoca menos solavancos ao enfrentar asfaltos irregulares.
Apesar de possuir um porte mais avantajado em relação às concorrentes, a Dakota possui boa dirigibilidade em percursos urbanos, mas, nas apertadas vagas dos shoppings, seu 1,82 m de largura dificulta as manobras.
A Dodge, contudo, tropeçou em alguns itens que aumentariam o prazer ao dirigir: o assento do motorista, por exemplo, não tem ajuste de altura, e o volante não possui regulagem de distância (somente é ajustado em altura).
Os pneus da Dakota possuem sulcos largos, perfeitos para a lama, mas com uma menor área de contato em pisos asfaltados, o que pode diminuir a aderência.
A fábrica afirma que sua aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 9,8 segundos, e sua velocidade máxima é limitada em 180 km/h.
Como alguns carros de passeio, a Dakota é ágil em ultrapassagens, mas é preciso prudência ao rodar a 120 km/h: a picape é alta, e o volante é macio demais, exigindo movimentos cuidadosos.

Público-alvo
Antonio Megale, gerente de marketing da Dodge, afirma que espera atrair compradores de picapes maiores, como a Ford F-250 e a Chevrolet Silverado, além de consumidores que hoje importam a grandalhona Dodge RAM.
A Dakota V8 não possui itens opcionais, trazendo de fábrica acessórios como ar-condicionado, computador de bordo no teto, acionadores elétricos para espelhos, travas e vidros, abertura das portas à distância e toca-CDs.
O modelo fica devendo assentos em couro -item presente nas rivais- e controlador de velocidade -disponível na S10 Executive. Curiosamente, não há espelhos nos pára-sóis, item disponível até nos mais baratos "populares".


Christian Marra viajou a convite da Chrysler



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