São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2004

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HATCHBACKS

Na pista de testes, Peugeot se sai melhor que Focus, Astra e Golf; ele é o que mais traz equipamentos de série

307 supera os concorrentes automáticos

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS

Do mesmo modo que o brasileiro não gostava de carro quatro portas e agora não compra mais modelos com apenas duas, ele está mudando o gosto também em relação à transmissão. Cada vez mais as montadoras oferecem câmbio automático -que, aliado a um carro não muito grande, tem tudo para fazer a felicidade dos motoristas que enfrentam o trânsito caótico das grandes cidades.
É exatamente nesse perfil que se encaixam os hatchbacks. A novidade do mercado é o Peugeot 307, único "urbano" com câmbio que permite trocas manuais -até então, só as versões turbinadas de Volkswagen Golf e Audi A3 contavam com a tecnologia. Outra peculiaridade pertence ao Chevrolet Astra, que roda com álcool, gasolina ou os dois misturados.
Em desempenho, o 307 -que agora é importado da Argentina- perde para o Ford Focus apenas na tomada até 60 km/h. São 4,84s contra 4,93s. Até os 100 km/h, o Peugeot leva 10,93s, enquanto o Ford precisa de 11,11s. Para o Astra, são 11,97s, e o Golf é o mais lento, com seus 12,56s.
O 307 também é ultrapassado quando o Astra é abastecido com álcool. Nesse caso, o Chevrolet acelera de 0 a 100 km/h em 10,88s. Mas o combustível "verde" não consegue superar o 307 na chegada aos 120 km/h. O Astra registra 15,64s, contra 15,37s do argentino.
Na cidade, o também argentino Focus mostra que é um boa opção. Ele tem as melhores retomadas de 40 a 80 km/h e entre 40 e 100 km/h: 6,08s e 9,44s. O Golf leva 7,0s e 10,96s, respectivamente. No primeiro exemplo, o Focus supera o Astra a álcool, que "pede" 6,23s -com gasolina são 6,56s.
Mas, se o Golf tem o pior desempenho dos quatro hatchbacks, ele leva o trunfo em dois aspectos: frenagem e preço básico. Em 35,7 m, ele pára se estiver vindo a 80 km/h. São 6,7 m menos que o Astra. Nas outras provas de frenagem, o 307 se saiu melhor.

Equipamentos
Produzido em São José dos Pinhais (PR), o Golf é a opção mais econômica para quem quer comprar um desses automáticos. A versão Plus custa R$ 49.270, R$ 7.980 mais em conta que o 307. A Ford fixou o preço da linha 2005 em R$ 52.290, o que torna o Focus o segundo mais barato, seguido pelo Astra, de R$ 55.199.
O problema é que o Golf é o mais pobre em equipamentos. Só ele não oferece nem ar-condicionado nem trio elétrico de série. O ar digital -como os de 307 e Astra- sai por R$ 4.132. Por vidro, trava e espelhos elétricos, é preciso arcar com R$ 2.939 (o computador de bordo faz parte do pacote). Porém cabe registrar que a VW é a única a abolir o pedal esquerdo na versão de entrada.
Aparentemente o mais caro, o 307 é o que apresenta a melhor relação custo-benefício. A Peugeot caprichou nos equipamentos de série. Há freios ABS (antitravamento), disponíveis apenas no Astra topo de linha. O toca-CDs conta com comando no volante, enquanto o do Focus incorpora o viva-voz. O 307 é o único com acendimento automático dos faróis, e compartilha com o Focus rodas de liga leve de 15 polegadas.
Deixar o Volkswagen com os mesmos equipamentos que o Peugeot faz seu preço subir para R$ 63.987. Ou seja, a vantagem argentina passa a ser de R$ 6.728. Pelo airbag duplo -que já sai da linha de montagem no Astra e no 307- e os freios ABS, a Ford cobra R$ 3.810. O Focus passaria, então, a R$ 56,1 mil.
E se o proprietário de um 307 resolver gastar essa diferença no supermercado, terá mais facilidade para carregar o carro que os donos de Astra, Focus e Golf. No porta-malas do Peugeot cabem 420 l, contra 370 l do Chevrolet, 350 l do Ford e 330 l do Golf.


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