Com vida útil média de um ano, película custa a partir de R$ 30, mas pode manchar carroceria

ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

É comum ver objetos aparentemente bregas se transformarem em "cult" sem nenhuma explicação lógica. É isso que tem acontecido com os adesivos colados nos veículos.
Febre entre os admiradores de "tuning", as "tatuagens" passaram a ser oferecidas até por montadoras como a Volkswagen, com o Fox Extreme, e a Renault e seu Sandero Stepway.
Mas a evolução não pára aí. Há estúdios que criam modelos com as características do dono do veículo. Também é possível entrar numa oficina, fazer um desenho exclusivo e colocá-lo no carro na hora.
Foi o que fez Juliano Barbosa, integrante do Lata Velha, quadro do programa "Caldeirão do Huck", a pedido da Folha. Ele desenhou, em minutos, um kit para um Honda Civic Si, com adesivos para as laterais, as maçanetas e o aerofólio.
Criados no computador, foram impressos em um tipo de vinil que imita fibra de carbono. Com auxílio de uma espátula e de água com detergente, o adesivo foi fixado. Em menos de uma hora e a um custo de R$ 120, o Civic se tornou único.
O empresário Márcio de Maria também conseguiu que seu Chevrolet Camaro 1991 ficasse mais raro. "No Brasil, só existem cinco unidades com mecânica de Corvette, só faltavam os adesivos". Ele obteve, por R$ 500, réplicas das faixas usadas no capô e no porta-malas, criadas para a General Motors celebrar os 25 anos do modelo.
O professor Luiz Carlos Agostinho, que dá aulas de instalação de adesivos na Stereo One, conta que há até quem os use para mudar a cor do carro. "Outros usam películas adesivadas para proteger a lataria de pedras, mas a maioria é mesmo por estética. Hoje, os adesivos mais discretos e exclusivos são os mais procurados." Nesse caso, custam, em média, R$ 30.

Cicatriz
A maioria dos adesivos pode ser retirada, mas costuma deixar vestígios. A "cicatriz" vai depender da qualidade do vinil -seu preço pode ir de R$ 40 o m2 a R$ 400 o m2.
"Não é fácil identificar qual é de melhor qualidade. A recomendação é não basear a escolha pelo preço, mas procurar oficinas especializadas. Geralmente, gráficos com brilho têm verniz, que é uma proteção, mas não pode sair ao passar a unha", explica Alexandre Mendes, engenheiro técnico da 3M.
Lavar o carro toda semana e deixá-lo exposto ao sol encurtam a vida útil dos adesivos, conta Barbosa. Segundo ele, a cor de carro mais afetada é a branca, pois o adesivo funciona como um "protetor solar".
"A região que não foi adesivada fica amarelada, mas isso pode ser minimizado com um bom polimento", comenta.
Mendes recomenda, para a remoção, usar álcool etílico. "O secador de cabelo esquenta a película, e ela fica mais fácil de ser removida com pano. Nunca se devem usar produtos abrasivos, como tíner e aguarrás."