São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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Escrita é obstáculo para surdos conseguirem CNH

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os surdos compõem um capítulo à parte na questão da habilitação. Sem limitações motoras, eles não encontram dificuldade para dirigir; seu grande obstáculo para a obtenção da CNH são os testes teóricos obrigatórios.
"Alfabetizados em libras [língua brasileira de sinais], os surdos têm dificuldade em português. Somos criados sem ouvir as palavras. Com um intérprete de libras, entenderemos melhor as questões e então poderemos passar no exame com mais facilidade", defende Neivaldo Augusto Zovico, diretor regional da Feneis-SP (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos).
O problema é que são poucos os Detrans que admitem a presença do intérprete -a autarquia do Paraná foi pioneira, em dezembro passado, ao fechar um contrato com a Feneis para a prestação do serviço de intérprete.
"É uma injustiça. O governo criou a Lei de Acessibilidade, mas precisa oferecer o intérprete em todos os exames, no Brasil inteiro", cobra.
Em São Paulo, muitas auto-escolas já usam tradutores de libras, mas o Detran ainda não chamou os representantes dos surdos para reuniões visando oficializar sua presença nas provas.
O Detran-RJ, em parceria com o Instituto Nacional de Educação de Surdos, colocou em seu site (www.detran.rj.gov.br) um curso e um simulado em libras para quem precisa renovar a CNH. No Rio de Janeiro, uma lei estadual isenta os surdos das taxas de primeira habilitação e de renovação da CNH.


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