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Escrita é obstáculo para surdos conseguirem CNH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os surdos compõem um capítulo à parte na questão da
habilitação. Sem limitações
motoras, eles não encontram
dificuldade para dirigir; seu
grande obstáculo para a obtenção da CNH são os testes
teóricos obrigatórios.
"Alfabetizados em libras
[língua brasileira de sinais],
os surdos têm dificuldade em
português. Somos criados
sem ouvir as palavras. Com
um intérprete de libras, entenderemos melhor as questões e então poderemos passar no exame com mais facilidade", defende Neivaldo Augusto Zovico, diretor regional
da Feneis-SP (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos).
O problema é que são poucos os Detrans que admitem a
presença do intérprete -a autarquia do Paraná foi pioneira, em dezembro passado, ao
fechar um contrato com a Feneis para a prestação do serviço de intérprete.
"É uma injustiça. O governo criou a Lei de Acessibilidade, mas precisa oferecer o intérprete em todos os exames,
no Brasil inteiro", cobra.
Em São Paulo, muitas auto-escolas já usam tradutores de
libras, mas o Detran ainda
não chamou os representantes dos surdos para reuniões
visando oficializar sua presença nas provas.
O Detran-RJ, em parceria
com o Instituto Nacional de
Educação de Surdos, colocou
em seu site (www.detran.rj.gov.br) um curso e um simulado em libras para quem precisa renovar a CNH. No Rio
de Janeiro, uma lei estadual
isenta os surdos das taxas de
primeira habilitação e de renovação da CNH.
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