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Mais pesados, carros blindados exigem manutenção extra
Ana Carolina Negri/ Folha Imagem
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Funcionário checa blindagem; serviço chega a custar R$1.000 |
Suspensão, freio e pneu são mais afetados; máquina de vidro elétrico pode quebrar com mais facilidade
DA REDAÇÃO
Um carro blindado pesa cerca de 200 kg a mais que um normal. No caso dos utilitários esportivos, a diferença pode ser
de 250 kg. E isso faz diferença
na manutenção do veículo. A
suspensão, os pneus e os freios
se desgastam mais rapidamente por suportarem mais peso.
"O uso comum não oferece
uma redução da vida útil perceptível", relativiza Alexandre
Ret, diretor comercial da Centigon (a antiga O'gara-Hess).
Mas a suspensão e os freios
usados ao extremo podem se
desgastar entre 25% e 30%
mais rapidamente que as peças
usadas nos veículos comuns.
"Com a blindagem nova, o
motorista sente que o veículo
está mais pesado só nas curvas.
Após quatro anos, sente bem a
diferença", diz Antonio Bertagnoli, consultor técnico da InbraBlindados. "Além disso, o
carro é desmontado e remontado, e é normal ouvir mais ruídos." Segundo Ret, a acomodação dura 2.500 quilômetros.
Como nem a suspensão nem
o sistema de freio são blindados, a manutenção pode ser feita até mesmo numa concessionária autorizada da montadora.
Aliás, as revisões recomendadas pelos fabricantes devem ser
realizadas conforme o manual
do proprietário. Já a checagem
da blindagem varia: há empresa
que recomenda a cada ano; há
quem peça dois anos.
Mas Bertagnoli alerta. "É
preciso saber aonde levar o carro. Quem garante que a blindagem não foi mexida?" A dica vale também para as pequenas
batidas. E para os borracheiros:
ao trocar os pneus, é preciso
soltar um pequeno parafuso
que prende a proteção interna.
Por levarem mais peso, eles devem sempre ser recalibrados.
Os vidros blindados também
exigem cuidado extra. Além de
limpá-los apenas com um pano
úmido, o motorista jamais deve
fechar a porta com a janela semi-aberta. É recomendado
passar por obstáculos em linha
reta, já que tudo isso pode "estressar" os vidros e quebrá-los.
Edson Yoshikuma, diretor-executivo da PG Products, que
faz vidros blindados com borda
de aço, aconselha a não deixar o
carro continuamente exposto
ao sol. "A delaminação [as camadas do vidro vão se soltando] começa a acontecer no terceiro ou quarto ano. O sol a faz
aparecer um ano antes."
Com película nos vidros, o
efeito é pior, pois ela barra os
raios solares, e o calor fica preso. Assim, o policarbonato, que
impede que estilhaços entrem
no carro, esquenta demasiadamente.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)
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