São Paulo, domingo, 20 de agosto de 2006

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Mais pesados, carros blindados exigem manutenção extra

Ana Carolina Negri/ Folha Imagem
Funcionário checa blindagem; serviço chega a custar R$1.000


Suspensão, freio e pneu são mais afetados; máquina de vidro elétrico pode quebrar com mais facilidade

DA REDAÇÃO

Um carro blindado pesa cerca de 200 kg a mais que um normal. No caso dos utilitários esportivos, a diferença pode ser de 250 kg. E isso faz diferença na manutenção do veículo. A suspensão, os pneus e os freios se desgastam mais rapidamente por suportarem mais peso.
"O uso comum não oferece uma redução da vida útil perceptível", relativiza Alexandre Ret, diretor comercial da Centigon (a antiga O'gara-Hess). Mas a suspensão e os freios usados ao extremo podem se desgastar entre 25% e 30% mais rapidamente que as peças usadas nos veículos comuns.
"Com a blindagem nova, o motorista sente que o veículo está mais pesado só nas curvas. Após quatro anos, sente bem a diferença", diz Antonio Bertagnoli, consultor técnico da InbraBlindados. "Além disso, o carro é desmontado e remontado, e é normal ouvir mais ruídos." Segundo Ret, a acomodação dura 2.500 quilômetros.
Como nem a suspensão nem o sistema de freio são blindados, a manutenção pode ser feita até mesmo numa concessionária autorizada da montadora.
Aliás, as revisões recomendadas pelos fabricantes devem ser realizadas conforme o manual do proprietário. Já a checagem da blindagem varia: há empresa que recomenda a cada ano; há quem peça dois anos.
Mas Bertagnoli alerta. "É preciso saber aonde levar o carro. Quem garante que a blindagem não foi mexida?" A dica vale também para as pequenas batidas. E para os borracheiros: ao trocar os pneus, é preciso soltar um pequeno parafuso que prende a proteção interna. Por levarem mais peso, eles devem sempre ser recalibrados.
Os vidros blindados também exigem cuidado extra. Além de limpá-los apenas com um pano úmido, o motorista jamais deve fechar a porta com a janela semi-aberta. É recomendado passar por obstáculos em linha reta, já que tudo isso pode "estressar" os vidros e quebrá-los.
Edson Yoshikuma, diretor-executivo da PG Products, que faz vidros blindados com borda de aço, aconselha a não deixar o carro continuamente exposto ao sol. "A delaminação [as camadas do vidro vão se soltando] começa a acontecer no terceiro ou quarto ano. O sol a faz aparecer um ano antes."
Com película nos vidros, o efeito é pior, pois ela barra os raios solares, e o calor fica preso. Assim, o policarbonato, que impede que estilhaços entrem no carro, esquenta demasiadamente. (JOSÉ AUGUSTO AMORIM)


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