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Sem capota, Mercedes E é ótimo; com teto, piora
Forro de lona não é silencioso como o do sedã; E350 custará R$ 320 mil
FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A MALLORCA (ESPANHA)
Quando a Mercedes apresentou a oitava geração da Classe
E, há um ano, muitos jornalistas torceram o nariz para o excesso de vincos na lataria.
A intenção da montadora era
ganhar expressão sem perder
tradição. Na prática, os faróis
redondos ficaram quadrados e
a lanterna triangular virou um
retângulo meio espichado.
Era inusitado até apresentarem a versão conversível que
vai substituir a antiga CLK.
Na Classe E, parece que primeiro desenharam a Cabriolet e,
em seguida, o sedã.
Exceto pelo silêncio na cabine -com a capota fechada, é
claro-, o E350 Cabriolet tem
tudo que uma Classe E exige:
conforto, espaço e status.
E que status! Em Mallorca,
na Espanha, os conversíveis se
espalham a esmo. Ainda assim,
o Mercedes branco-leite torcia
pescoços pelo centro velho de
uma das quatro Ilhas Baleares.
Falando em pescoço, a Mercedes criou, em 2004, o
Airscarf no SL, agora no E. É algo como uma "echarpe de ar",
uma frescura para esquentar a
nuca alheia no verão europeu.
A 5C, é um prato cheio para
a gripe -comum, não a suíça.
No nível três de aquecimento,
há um choque entre o vento
gelado que vem de fora e o bafo
quente que vem no pescoço.
Para evitar o resfriado, a
Mercedes lança mão de outro
recurso: o Aircap. É um sistema que, por meio de telas sobre
o para-brisa e os bancos, cria
uma "bolha" no habitáculo. Isso faz com que o ar passe por
cima da cabeça dos ocupantes
da frente, mas não nos de trás,
como prega a montadora.
Boné
No test-drive, a Folha fez
questão de testar o quanto os
cabelos das mulheres esvoaçam. Resultado? Use boné. Resolve o problema com R$ 15.
Use também óculos escuros.
Atrás, o vento traz detritos que
não fazem bem aos olhos.
Ou então feche a capota. O
clima no interior muda e, não
fosse o teto de lona, faria você
esquecer que está num "descapotável", diriam em Portugal.
Há anos, o SLK ensinou que
esses carros deveriam ter capotas rígidas. A ponto de convencer a BMW, no Z4 e no 335i.
A Mercedes, porém, esqueceu da própria lição. Preferiu
usar a lona, que não neutraliza
tantos ruídos externos como
quer um dono de Classe E.
A não ser que ele tenha mais
ouvidos para os motores com
injeção direta de gasolina. O
E350 com propulsor 3.5 V6 ganhou 20 cv e agora vai a 292 cv.
Já o topo de linha, o E500, virá com motor 5.0 V8 de 388 cv.
O E350 chegará em maio por
R$ 320 mil. O E500, por cerca
de R$ 400 mil. É caro, mas, sem
capota, não há nada melhor para quatro pessoas no Brasil.
O jornalista viajou a convite da Mercedes-Benz,
que cedeu o E350 Cabriolet para avaliação
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