São Paulo, domingo, 21 de março de 2010

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Sem capota, Mercedes E é ótimo; com teto, piora

Forro de lona não é silencioso como o do sedã; E350 custará R$ 320 mil

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A MALLORCA (ESPANHA)

Quando a Mercedes apresentou a oitava geração da Classe E, há um ano, muitos jornalistas torceram o nariz para o excesso de vincos na lataria.
A intenção da montadora era ganhar expressão sem perder tradição. Na prática, os faróis redondos ficaram quadrados e a lanterna triangular virou um retângulo meio espichado.
Era inusitado até apresentarem a versão conversível que vai substituir a antiga CLK. Na Classe E, parece que primeiro desenharam a Cabriolet e, em seguida, o sedã.
Exceto pelo silêncio na cabine -com a capota fechada, é claro-, o E350 Cabriolet tem tudo que uma Classe E exige: conforto, espaço e status.
E que status! Em Mallorca, na Espanha, os conversíveis se espalham a esmo. Ainda assim, o Mercedes branco-leite torcia pescoços pelo centro velho de uma das quatro Ilhas Baleares.
Falando em pescoço, a Mercedes criou, em 2004, o Airscarf no SL, agora no E. É algo como uma "echarpe de ar", uma frescura para esquentar a nuca alheia no verão europeu.
A 5C, é um prato cheio para a gripe -comum, não a suíça. No nível três de aquecimento, há um choque entre o vento gelado que vem de fora e o bafo quente que vem no pescoço.
Para evitar o resfriado, a Mercedes lança mão de outro recurso: o Aircap. É um sistema que, por meio de telas sobre o para-brisa e os bancos, cria uma "bolha" no habitáculo. Isso faz com que o ar passe por cima da cabeça dos ocupantes da frente, mas não nos de trás, como prega a montadora.

Boné
No test-drive, a Folha fez questão de testar o quanto os cabelos das mulheres esvoaçam. Resultado? Use boné. Resolve o problema com R$ 15.
Use também óculos escuros. Atrás, o vento traz detritos que não fazem bem aos olhos.
Ou então feche a capota. O clima no interior muda e, não fosse o teto de lona, faria você esquecer que está num "descapotável", diriam em Portugal.
Há anos, o SLK ensinou que esses carros deveriam ter capotas rígidas. A ponto de convencer a BMW, no Z4 e no 335i.
A Mercedes, porém, esqueceu da própria lição. Preferiu usar a lona, que não neutraliza tantos ruídos externos como quer um dono de Classe E.
A não ser que ele tenha mais ouvidos para os motores com injeção direta de gasolina. O E350 com propulsor 3.5 V6 ganhou 20 cv e agora vai a 292 cv.
Já o topo de linha, o E500, virá com motor 5.0 V8 de 388 cv.
O E350 chegará em maio por R$ 320 mil. O E500, por cerca de R$ 400 mil. É caro, mas, sem capota, não há nada melhor para quatro pessoas no Brasil.


O jornalista viajou a convite da Mercedes-Benz, que cedeu o E350 Cabriolet para avaliação


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