São Paulo, domingo, 21 de junho de 2009

Próximo Texto | Índice

Sinal dos tempos

Depois de 15 anos, Audi enfim lança um A6 capaz de enfrentar o Mercedes-Benz E350

Marcelo Justo/Folha Imagem
O Audi A6 (à esq.) traz o kit esportivo S-Line; 8ª geração do Mercedes mantém os quatro faróis

FABIANO SEVERO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS

Quando a Audi entrou de vez no Brasil, há 15 anos, espalhou 400 outdoors por São Paulo com o dito otimista: "Venha ver o estande da Nasa". Era para o Salão do Automóvel de 1994.
Era, na verdade, o marketing da marca para mostrar seus "foguetes", a perua Audi-Porsche RS2 e o protótipo Avus.
Jogado no canto do estande estava o A6, que acabara de substituir o finado Audi 100 -uma espécie de Santanão com ar modernoso.
De Nasa, o A6 não tinha nada. Perdia em quase tudo para seus concorrentes BMW Série 5 e Mercedes-Benz Classe E. Só que as coisas mudam de figura.
Para competir com a tradição da Mercedes e a esportividade da BMW, a Audi apelou para o designer italiano Walter de Silva, criador da grade trapezoidal que permeou por todos os Audi, ora com harmonia ora sem.
A Audi também investiu pesado na engenharia de motores. Hoje é referência em propulsores comprimidos e em injeção direta de gasolina e de diesel -esta disponível só na Europa.
E foi lá mesmo que, em abril, pela primeira vez na história, a Audi assumiu a liderança do mercado de luxo -no Brasil, a Audi vende a metade da BMW e um quinto da Mercedes.
Era tudo que a Audi precisava para inflar o seu ego e lançar anteontem o novo A6 no Brasil. Por "coincidência", um dia depois da apresentação da oitava geração do Mercedes E350.
Com exclusividade, a Folha levou os dois para a pista de teste. Você tem uma chance para adivinhar quem levou a melhor. Quer uma dica?

"T" de compressor
O A6 vem, de série, com tração integral Quattro e motor 3.0 V6 de 290 cv (cavalos).
Não é só: os seis cilindros em "V" tiveram a santa ajuda de um compressor volumétrico, algo inédito na marca conhecida pelos turbos (TFSI).
Essa sigla enfeita a tampa do motor de abusada que é. "O compressor permite atingir o torque máximo [42,9 kgfm] em rotações mais baixas. É uma preferência dos americanos", explica Rafael Clemente, gerente de produto da Audi.
Nos EUA ou aqui, esse torque é suficiente para levar o A6 a 100 km/h em apenas 6,4s, aponta o teste Folha-Mauá.
É um número digno de bons motores V8, como o do BMW 550i, testado há um ano. Ele precisou exatamente dos mesmos 6,4s na prova de 0 a 100 km/h e perdeu por pouco nas retomadas de velocidade.
Já o Mercedes E350 não tem essa ambição. Usa o mesmo motor 3.5 V6 (272 cv) da sétima geração e só quer ser honesto. Não pode frustrar demais quem paga R$ 270 mil -R$ 10 mil a menos que o A6.
O E350 levou 7,8s para atingir 100 km/h, num silêncio de espantar os introvertidos.
Aliás, esse é um dos trunfos do Mercedes, que acumula outras dezenas de qualidades para desequilibrar essa disputa.


Próximo Texto: Números
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.