São Paulo, domingo, 22 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

peças & acessórios

Seguro contra batida e enchente deixa apólice 21% mais cara

Seguradoras consideram perda total se o valor do conserto superar 75% do preço de mercado do carro

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois da tempestade que alagou São Paulo na última terça-feira, a professora Patrícia Kenik, 24, tomou um susto. Ela viu seu Ford EcoSport, que estava estacionado na rua, inundado até a metade da porta.
O carro teve o carpete e os bancos danificados. O prejuízo, porém, poderia ter sido maior, caso a água danificasse também os componentes elétricos e mecânicos. Segundo Kenik, o seu seguro não cobria danos provocados por enchentes.
De acordo com Simone Sartor, superintendente da SulAmérica, a grande maioria dos proprietários de automóveis de passeio opta pelo seguro total -cobre batida, roubo, furto e fenômenos da natureza.
Numa simulação feita pela Porto Seguro a pedido da Folha, a apólice de um Volkswagen Gol 1.0 2009 com cobertura contra batida e enchente é 21% mais cara que a apólice sem essas proteções.
Sobe de R$ 1.515 para R$ 1.845, num perfil de homem casado, 45 anos de idade e morador da zona sul de São Paulo.
Assim como em casos de batida, as seguradoras condenam os alagados cujo conserto supere 75% do valor do carro.
Abaixo disso, a recuperação é autorizada, mas o segurado precisa arcar com a franquia.

Indenização
Segundo Carlos Sanseverino, presidente da comissão de ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil, o dono do carro pode entrar com um pedido de indenização contra os governos municipal, estadual ou federal. Para ter sucesso na ação, é preciso provar que a enchente foi consequência da omissão de um desses governos.
"Estacionamentos particulares também são obrigados a indenizar. Por isso é importante guardar os comprovantes de pagamento do estabelecimento", alerta Sanseverino.
Com 60 pontos de alagamento registrados na tarde de terça-feira, o restante da semana foi movimentado nos centros de higienização de veículos. Lotados, muitos deles chegaram a recusar serviço.
Uma empresa da capital, por exemplo, não havia encontrado, até a noite de sexta-feira, vaga para limpar 50 carros inundados em seu pátio.
Até o estacionamento com 400 veículos zero-quilômetro da Ford, em São Bernardo do Campo, ficou submerso.
"Quando a inundação não atinge o painel, os danos são menores. Basta fazer a higienização interna para eliminar a sujeira e o mau cheiro", diz Wilson Zimmermann, administrador da loja SP Center Car, na Barra Funda, zona oeste.
A empresa cobra, em média, R$ 450 pelo serviço, que demora quatro dias para ficar pronto.
"Dependendo do estrago, além de limpar o carpete, é preciso trocar as espumas do banco. Aí o preço dobra", afirma Leandro Donadel, da loja DryArt, no Tatuapé, zona leste.
Especialistas recomendam evitar ligar o carro recém-inundado. O ideal é rebocá-lo até uma oficina e secar as partes mecânica e elétrica.
(FELIPE NÓBREGA)


ONDE ENCONTRAR
DryArt Estética Automotiva, tel. 0/ xx/11/2941-6117;
SP Center Car Serviços, tel. 0/xx/11/3392-2557.


Texto Anterior: Renault rejuvenesce Clio e muda nome para Symbol
Próximo Texto: Fuja da água
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.