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peças & acessórios
Seguro contra batida e enchente deixa apólice 21% mais cara
Seguradoras consideram perda total se o valor do conserto superar 75% do preço de mercado do carro
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois da tempestade que
alagou São Paulo na última terça-feira, a professora Patrícia
Kenik, 24, tomou um susto. Ela
viu seu Ford EcoSport, que estava estacionado na rua, inundado até a metade da porta.
O carro teve o carpete e os
bancos danificados. O prejuízo,
porém, poderia ter sido maior,
caso a água danificasse também
os componentes elétricos e mecânicos. Segundo Kenik, o seu
seguro não cobria danos provocados por enchentes.
De acordo com Simone Sartor, superintendente da SulAmérica, a grande maioria dos
proprietários de automóveis de
passeio opta pelo seguro total
-cobre batida, roubo, furto e
fenômenos da natureza.
Numa simulação feita pela
Porto Seguro a pedido da Folha, a apólice de um Volkswagen Gol 1.0 2009 com cobertura contra batida e enchente é
21% mais cara que a apólice
sem essas proteções.
Sobe de R$ 1.515 para
R$ 1.845, num perfil de homem
casado, 45 anos de idade e morador da zona sul de São Paulo.
Assim como em casos de batida, as seguradoras condenam
os alagados cujo conserto supere 75% do valor do carro.
Abaixo disso, a recuperação é
autorizada, mas o segurado
precisa arcar com a franquia.
Indenização
Segundo Carlos Sanseverino,
presidente da comissão de ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil, o dono do carro
pode entrar com um pedido de
indenização contra os governos
municipal, estadual ou federal.
Para ter sucesso na ação, é preciso provar que a enchente foi
consequência da omissão de
um desses governos.
"Estacionamentos particulares também são obrigados a indenizar. Por isso é importante
guardar os comprovantes de
pagamento do estabelecimento", alerta Sanseverino.
Com 60 pontos de alagamento registrados na tarde de terça-feira, o restante da semana
foi movimentado nos centros
de higienização de veículos. Lotados, muitos deles chegaram a
recusar serviço.
Uma empresa da capital, por
exemplo, não havia encontrado, até a noite de sexta-feira,
vaga para limpar 50 carros
inundados em seu pátio.
Até o estacionamento com
400 veículos zero-quilômetro
da Ford, em São Bernardo do
Campo, ficou submerso.
"Quando a inundação não
atinge o painel, os danos são
menores. Basta fazer a higienização interna para eliminar a
sujeira e o mau cheiro", diz Wilson Zimmermann, administrador da loja SP Center Car, na
Barra Funda, zona oeste.
A empresa cobra, em média,
R$ 450 pelo serviço, que demora quatro dias para ficar pronto.
"Dependendo do estrago,
além de limpar o carpete, é preciso trocar as espumas do banco. Aí o preço dobra", afirma
Leandro Donadel, da loja
DryArt, no Tatuapé, zona leste.
Especialistas recomendam
evitar ligar o carro recém-inundado. O ideal é rebocá-lo até
uma oficina e secar as partes
mecânica e elétrica.
(FELIPE NÓBREGA)
ONDE ENCONTRAR
DryArt Estética Automotiva, tel. 0/
xx/11/2941-6117;
SP Center Car
Serviços, tel. 0/xx/11/3392-2557.
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