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LANÇAMENTO
Câmbio duro e pouco preciso é o maior defeito do Renault, que começa a ser vendido amanhã
Novo Mégane concorre com Chevrolet e VW
Divulgação
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O Mégane hatchback será importado da Argentina com preços a partir de R$ 21,1 mil
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HENRIQUE SKUJIS
enviado especial a Itaparica (BA)
O estilo é o
que mais chama
a atenção no Renault Mégane
hatchback (sem
o volume saliente do porta-malas). O carro, produzido na Argentina, foi apresentado à imprensa
especializada na última terça e começa a ser vendido amanhã.
A nova versão da família Mégane
tem desenho moderno e soluções
estilísticas interessantes, que dão
ao carro um charme próprio, fugindo um pouco do que se vê nos
demais concorrentes.
Exemplos dessas soluções são o
recorte em forma de elipse das
portas laterais e as lanternas traseiras de formato diferenciado. As
linhas passam um visual dinâmico, de esportividade.
O Mégane hatch chega ao mercado brasileiro para brigar em um
segmento bem competitivo.
Além dos atuais concorrentes,
como Golf, Kadett, Peugeot 306 e
Citroën ZX, o carro franco-argentino vai enfrentar duas novas "feras" a partir do final do ano, quando Chevrolet e Volkswagen iniciarem a produção nacional dos novos Astra e Golf, respectivamente.
A versão mais simples do Mégane hatch, a RN com motor 1.6 de
90 cv, custa R$ 21,1 mil. A RT, com
o mesmo motor, sobe para R$ 22,7
mil e traz a mais pára-choques na
cor do carro e acionamento elétrico para os vidros.
A versão RXE, que já traz motor
2.0 de 115 cv, pula para R$ 27,8 mil
e oferece ar-condicionado -opcional nas outras versões.
São preços competitivos frente à
concorrência. No entanto, para
contar com freios ABS, airbag duplo e toca-CD, o consumidor terá
de desembolsar R$ 31,55 mil.
Entre os atuais adversários, o
Mégane é o maior em comprimento: tem 4,12 m, contra 4,08 m do
ZX e 4,02 do Golf. Dessa maneira,
o interior, apesar de não ser dos
mais folgados, oferece bom espaço, principalmente no banco traseiro, que foi deslocado alguns
centímetros para trás em relação
ao da versão sedã, que é vendida
no Brasil desde novembro.
Por outro lado, a curvatura da
capota sobre os passageiros traseiros faz com que uma pessoa com
mais de 1,80 m raspe a cabeça no
teto. Na dianteira, o painel avançado tira um pouco do espaço do
motorista e do passageiro.
Apesar do uso excessivo de plástico, o acabamento é um ponto
forte do Mégane hatch. O interior
é de extremo bom gosto, unindo
praticidade e simplicidade.
Durante a avaliação feita pela
Folha nas versões RT 1.6 e RXE
2.0, o carro mesclou qualidades
-como a suspensão- e defeitos
-como o câmbio.
Mesmo em estradas irregulares,
o Mégane mostrou um comportamento seguro e estável. Além disso, as irregularidades são muito
bem "filtradas" antes de chegar
aos ocupantes. Essa virtude foi
conseguida com as alterações na
suspensão. Em relação ao carro
europeu, a Renault trocou os
pneus, que têm perfil mais alto, e
recalibrou os amortecedores.
O câmbio, assim como no Mégane Sedan, é um dos piores quesitos. Além de duro, tem engates
poucos precisos. A quinta marcha
por exemplo, exige concentração
para ser engatada.
Os dois motores avaliados -1.6
e 2.0- estão longe de oferecer esportividade e também não são dos
mais fortes nas retomadas, que
por outro lado, são precisas, sem
engasgos.
O desempenho é compatível
com o dos concorrentes. O senão
fica para o nível de ruído, que parece acima da média.
O jornalista Henrique Skujis viajou a convite da
Renault do Brasil
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