São Paulo, domingo, 22 de setembro de 2002

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SEDÃS

Com inovações tecnológicas e melhor desempenho aerodinâmico, E 320 se mostra mais lento que os concorrentes

Modernidade do novo Classe E custa mais de R$ 230 mil

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA


Quem pagaria R$ 233.688 por um carro cujo principal defeito é raspar em qualquer lombada ou valeta? Cerca de 70 pessoas já gastaram o equivalente a um apartamento de três dormitórios em Moema (zona sul de São Paulo) para ter um Mercedes-Benz E 320. A fábrica diz que seus clientes procuram as novidades do setor automobilístico.
E inovações não faltam no sedã, que chegou reestilizado às revendas há quase três meses. Qualquer um repara nos novos faróis e lanternas. O desenho ganhou ares de cupê, diminuindo o coeficiente aerodinâmico de 0,27 para 0,26.
Além da motorização 5.0, de 306 cv (cavalos), há uma 3.2, de 224 cv. Testado pela Folha e pelo IMT (Instituto Mauá de Tecnologia), o E 320 mostra outro motivo para atrair compradores.
Quando o velocímetro -no painel, a inspiração vem do Classe E da década de 60, com relógio analógico- registra os 100 km/h, se passaram 8,77s. O número parece menor quando se nota que o veículo tem 1.645 kg e quase cinco metros de comprimento.
Mesmo assim, perde para os concorrentes Audi A6 (que faz a prova em 8,45s) e BMW 530i (7,96s) -eles têm, respectivamente, 220 cv e 231 cv.
Nesse "duelo" de alemães, o E 320 também perde em algumas retomadas. De 40 a 80 km/h, são 4,43s, enquanto o Audi precisa de 3,90s, e o BMW, de 3,87s. Com uma variação maior -de 80 para 140 km/h-, os valores passam para 10,17s, 11,06s e 8,97s.
O nível de ruído é de 66 dBA a 100 km/h -no Corsa Sedan 1.0, por exemplo, é de 71 dBA. E esse é apenas um dos itens que proporcionam conforto a bordo do sedã. Há luz âmbar nas maçanetas e no teto para passar a idéia de que motorista e passageiros estão fora de um automóvel.

Segurança
Herdado dos conversíveis SL, os freios SBC (Sensotronic Brake Control) chegam ao requinte de secar as rodas quando chove. Dependendo da intensidade, o sistema entra em ação a cada sete ou 14 minutos. Também é dele a responsabilidade de controlar ABS (antitravamento), ESP (controle de estabilidade), ASR (antideslizante) e BAS (frenagem assistida).
O SBC faz com que o E 320 precise de 56,6 m para parar quando está a 100 km/h.
Completa o sistema de segurança airbags (bolsas de ar que inflam em batidas) de dois estágios. Os laterais migraram das portas para os bancos para evitar que pessoas mais altas ou que estejam com o banco inclinado batam na coluna.
A suspensão regula a força dos amortecedores de acordo com a qualidade do asfalto, o estilo de dirigir e a carga. É um processo semelhante ao usado no Citroën C5. Mas a Mercedes-Benz só oferece a novidade para o E 500, enquanto o modelo francês conta com a Hydractive 3 desde a versão de entrada, R$ 167.518 mais barata que o E 320.
Também é uma pena que a empresa no Brasil tenha optado por não oferecer o teto solar panorâmico, o que dá esportividade ao modelo. Quem quiser deve encomendá-lo, mas aí o veículo não pode ser blindado.



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