São Paulo, domingo, 23 de junho de 2002

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FORA-DE-ESTRADA

Produzido por encomenda, carro custará cerca de R$ 90 mil

Hunter ignora as pedras e as escadarias pelo caminho

Fernando Moraes/Folha Imagem
Por botões no painel, a suspensão do Hunter pode ser alterada


ALADIM LOPES GONÇALVES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se fizer um pequeno esforço de memória, quem assistiu pela televisão à Guerra do Golfo (1991) pode se lembrar dos versáteis jipes Hummer, usados para transportar soldados norte-americanos.
Como esses veículos não são mais vendidos no Brasil, a SP Progress 4x4, empresa especializada no segmento fora-de-estrada, desenvolveu o Hunter, uma alternativa tupiniquim. O preço não é para qualquer aventureiro -deve ficar em torno de R$ 90 mil-, mas se trata de um produto artesanal, feito sob encomenda.
O veículo -ainda em fase de testes- foi avaliado pela Folha nas ruas de São Paulo e num trecho de terra fora da cidade. À primeira vista o Hunter assusta um pouco, mas basta ele come- çar a rodar para o medo se transformar em empolgação.
Lombadas, canaletas e buracos das vias ficam imperceptíveis no interior do carro. Até uma escadaria não oferece muita resistência. Na terra, basta acionar a tração nas quatro rodas para que o veículo supere com facilidade obstáculos causados pela erosão e subidas mais íngremes.
O criador do Hunter, o consultor de "off-road" Paulo Pomelli, 37, conta que já havia desen- volvido outros modelos especiais fora-de-estrada, mas considera esse o seu melhor projeto. "Graças à suspensão a ar, pode-se fazer manobras seguras com uma flexibilidade impressionante."

Motor
O protótipo é equipado com propulsor a gasolina 5.0 V8 (oito cilindros em "V") com 248 cv (cavalos). No entanto o idealizador avisa que o Hunter vai ser vendido também com motor a diesel de seis ou oito cilindros.
Pomelli ressalta que o ponto forte do seu veículo é o sistema de regulagem da suspensão, que permite ao motorista ajustar a altura do carro de acordo com o nível de dificuldade do terreno.
"Para rodar no asfalto, por exemplo, é só baixar a suspensão [que, assim, fica a 30 cm do solo]. No caso de percorrer um trecho com pedras, basta levantá-la ao máximo [60 cm]."
Essa mudança é feita por meio de dois botões instalados no painel, um para a dianteira e outro para a traseira. "Se o reservatório de ar estiver cheio, a operação acontece imediatamente."

Passageiros
O Hunter experimental tem bancos para apenas dois ocupantes. Segundo o projetista, esse número será ampliado para quatro nos próximos exemplares -mesma quantidade de assentos do modelo norte-americano.
A pouca capacidade é devida ao espaço tomado pelo protuberante duto entre os bancos que abriga o câmbio e o diferencial do carro. Outra melhoria anunciada é a colocação de uma capota para proteger quem fica no habitáculo e esconder o santantônio (barra de metal fixada sobre o carro para a proteção dos ocupantes em caso de capotamento).
No final de julho, Pomelli adianta que pretende disputar o Rali dos Sertões, em Goiânia (GO), na categoria protótipo, para aferir o desempenho do Hunter durante uma competição.

E-mail: 1hunter@terra.com.br



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