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Falta de educação
Campanhas tentam fazer motoristas respeitarem outros condutores, pedestres e leis
DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um motorista distraído tenta
mudar de faixa e atinge um motociclista que roda entre os carros. Ao tirar o capacete, o motociclista percebe que seu rosto é
idêntico ao do motorista. A cena é da nova campanha da CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) e simula um dos 500
acidentes que acontecem todos
os dias com os 5,4 milhões de
carros da Grande São Paulo.
Para a CET, não há estereótipos de infratores no trânsito.
"Uma mesma pessoa pode ser o
responsável pelo acidente e a
vítima", explica Rino Ferrari
Filho, idealizador da campanha. Além do motorista descuidado, a CET indica como principais causadores de acidentes
o pedestre que atravessa fora
da faixa, o motociclista infrator
e o jovem alcoolizado.
O órgão entende que uma
campanha assim torna o motorista mais educado. Mas José
Aparecido da Silva, do departamento de Psicologia e Educação da USP (Universidade de
São Paulo) de Ribeirão Preto,
diz que o ensino deve ser dado
na pré-escola, quando o comportamento ainda é moldado.
"Usar cinto, levar crianças no
banco traseiro, não falar ao celular, tudo isso é educação no
trânsito", explica. Silva diz
também que, se uma pessoa é
mal-educada numa fila de banco, por exemplo, vai repetir o
comportamento dirigindo.
Uma pesquisa do Núcleo de
Psicologia do Trânsito da Universidade Federal do Paraná
revela que não há "santos". Foram analisados um grupo com
20 pessoas multadas mais de
nove vezes e outras 16 com o
prontuário limpo. Descobriu-se que os "bonzinhos" cometiam as mesmas infrações, mas
em locais não fiscalizados.
Sobriedade
Para minimizar o problema
dos alcoolizados ao volante, a
Johnnie Walker trouxe ao Brasil o programa Piloto da Vez. A
idéia é fazer com que um dos
amigos deixe de beber para levar os outros para casa. Quem
se inscrever no site www.pilotodavezblacklabel.com.br,
além de ter seu refrigerante pago, concorre a uma visita ao
centro técnico da equipe de
Fórmula 1 McLaren Mercedes.
"Saio quase todas as semanas
e sei o risco que corro. Um amigo bateu o carro porque tinha
bebido", conta Marcos Marcello, 36, que se inscreveu no programa. Ele acredita que campanhas com mulheres bonitas e
frases de efeito não funcionem:
"Ninguém quer sermão".
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