São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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SALÃO - DESTAQUE

Números de fábricas apontam que seu desempenho é superior ao dos concorrentes Classe A e A3, os três novidades na Europa

Série 1 combina design e equipamentos

DO ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT

Ele é pequeno, mas atrevido. Seu volume de cerca de 10,6 m3 (4,23 m de comprimento, 1,75 m de largura e 1,43 m de altura) destaca-se como propaganda de uma locadora de automóveis no aeroporto de Frankfurt, um dos mais movimentados do mundo. Afinal, quem é o BMW criado para enfrentar, no segmento de entrada, Audi e Mercedes-Benz?
O Série 1 é diferente desde o começo. Não há chave, mas o mesmo sistema usado no Série 7, sedã mais sofisticado da marca bávara. É preciso colocar uma espécie de cartão e apertar um botão. Pronto, o motorista do 120i passa a ter à disposição 150 cavalos e 20,4 kgfm. Raridade no Brasil, o câmbio manual é de seis velocidades.
Segundo números da BMW, o alemãozinho vai de 0 a 100 km/h em 8,7s e atinge uma velocidade máxima de 217 km/h. Porém o que se percebe é que o Série 1 demora um pouco para "acordar".
Mesmo assim, as concorrentes divulgam números inferiores. De acordo com a Audi, o A3 Sportback atinge os 100 km/h em 9,1s -mas a montadora oferece uma apimentada opção V6 (seis cilindros em "V") de 250 cv.
A Mercedes-Benz informa que o velocímetro do A 200 reestilizado é o último a marcar 100 km/h: ele leva 9,8s. São 136 cv, mas há um motor turbinado de 193 cv.
Vale lembrar que os três são novidades na Europa. Eles foram lançados no Salão de Paris, que aconteceu em setembro. Mas só o Série 1 é inédito -os outros são novas gerações. O que se percebe na Alemanha, berço das três marcas, é que as revendas da BMW têm feito mais "barulho".
A montadora está contente com o resultado. Em pouco menos de duas semanas, entregou a 5.654 clientes um Série 1 -além do propulsor 2.0, há outro 1.6 e mais duas motorizações a diesel. Até o fim do ano, a expectativa é vender pelo menos 10 mil carros por mês.

Premium
O Série 1 foi concebido para ser um compacto premium. Por isso traz muito mais do que o "óbvio". Os freios com ABS (antitravamento) ajudam na segurança também como outros motoristas o enxergam: o "brake light" se acende em duas etapas, indicando a intensidade da freada. Os pneus podem continuar rodando mesmo que tenham furado.
Opcionalmente, o consumidor leva o iDrive, complicado sistema que reúne controle de ar-condicionado e rádio, entre outras funções. Por sorte, o interior do 120i que pode ser visto no Anhembi não ostenta o mecanismo, também presente nos Séries 5 e 7.
Outra atração importada de carros mais luxuosos é as portas se abrirem só de sentir a "chave". Entrar até pode ser fácil, mas se acomodar na traseira não. A curva do teto faz os motoristas mais altos rasparem a cabeça.
Apesar de todo o recheio, o Série 1 tem sido criticado porque, na maioria, é preciso pagar a mais por esses equipamentos. O 120i custa, na Alemanha, a partir de 23,6 mil. São aproximadamente R$ 87 mil, R$ 10 mil a mais do que custa aqui uma Fiat Marea Weekend, que já não existe mais do outro lado do Atlântico.
Mesmo assim, a posição alemã é de fazer inveja. O plano de leasing (aluguel com opção de compra ao final do contrato) de 36 meses prevê prestações de 149 para o 116i. Pensando bem: quem não pagaria R$ 550 para circular com um dos últimos lançamentos da indústria automobilística mundial? (JOSÉ AUGUSTO AMORIM)


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