São Paulo, domingo, 24 de novembro de 2002

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SEDÃ

Carro de R$ 468 mil marca a estréia da marca, cujo nome significa carro do povo em alemão, no segmento de alto luxo

Phaeton é o Volkswagen da casa-grande

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nem parece que ela ainda faz Fusca e Kombi. A Volkswagen criou um modelo de fazer inveja às conterrâneas Audi, BMW e Mercedes-Benz. O sedã Phaeton é o modelo que marca a entrada da montadora no segmento de alto luxo -Volkswagen, em alemão, significa carro do povo.
Para não ser mais um nessa seleta fatia de mercado, o Phaeton ganhou um motor W12 (12 cilindros em "W"), inédito no mundo -é como uma fusão de dois V6 (seis cilindros em "V"). Ele gera 420 cv de potência, e seu torque é de 56,1 kgfm. Números que levam o veículo aos 100 km/h em 6,1s, de acordo com a fábrica.
Mas, antes de mais nada, a montadora tem um grande desafio: convencer o potencial consumidor de que um Volkswagen tem tantas qualidades quanto seus concorrentes Audi A8, BMW 745i, Jaguar XJ8, Lexus LS 430 e Mercedes-Benz S 600 L. Além disso, só haverá revendas em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
"Será mais fácil um dono de Passat comprar um Phaeton que quem tem um modelo concorrente", afirma Marcos Pflauer, analista do marketing do produto. Segundo ele, a rede de concessionários terá papel fundamental, pois é ela que conhece seu cliente.

Concorrência
De qualquer maneira, não será uma tarefa fácil. Trata-se de um modelo que custará US$ 130 mil (cerca de R$ 470 mil) e que só chegará ao mercado nacional em setembro de 2003. Lançado em março, ainda abastece Europa, EUA, Japão e Arábia Saudita.
Por ora, leva vantagem em relação a A8 (de R$ 264.250), Classe S (US$ 222.080) e XJ8 (R$ 210 mil), já reestilizados na Europa. Audi e Jaguar adotaram carrocerias de alumínio, enquanto a VW usa o material em portas e capô.
Na Mercedes, destaque para a desconexão automática de quatro cilindros do motor V12 para economizar gasolina. O 745i, que tem um joystick para comandar estações de rádio, celular e computador de bordo, custa R$ 454,2 mil. O motor V8 do LS 430, de R$ 299 mil, otimiza e mantém constante a mistura de ar e combustível.
É difícil que dois Phaeton iguais deixem a linha de Dresden (Alemanha). O carro pode ser todo personalizado. A montadora oferece dez cores, mas faz outra se o consumidor quiser. De série, o acabamento de madeira é feito com nogueira, mas há outras sete opções, inclusive com marchetaria. Praticamente manual, a produção leva oito semanas.
Os consumidores alemães podem acompanhar as etapas da produção -a transparência está até nas paredes da fábrica, feitas de vidro. Já o cliente brasileiro será convidado para ir à Europa verificar se o seu sedã está de acordo com as especificações.

Silêncio
Apesar de ainda não poder ser blindado, o Phaeton tem vidros duplos. Assim, deixa ruídos e calor do lado de fora. Nem mesmo em altas velocidades pode-se dizer que o motor é barulhento.
Com 90% do torque disponível a 1.800 rpm, o sedã de 2.319 quilos mostra disposição para acelerar. A velocidade máxima, limitada eletronicamente a 250 km/h, é atingida em 38 segundos.
Nas curvas, o modelo se mostra bastante estável. Tem tração permanente nas quatro rodas (como o A8), e há quatro opções para a suspensão, que foi tropicalizada junto com os bicos injetores -eles ficaram maiores para suportar a gasolina nacional.
Internamente, conforto é o que não falta para motorista e três passageiros. Os bancos dianteiros têm 18 regulagens. Atrás são dez, e eles recuam quando a porta é aberta, para facilitar a entrada. É um dos poucos a ter dois bancos traseiros individuais.
O ar-condicionado é controlado por 25 motores, e a água que limpa o pára-brisa é quente. Um sistema diminui a velocidade do sedã caso o veículo da frente freie, como já acontece com alguns veículos da Mercedes. Com a chave no contato, basta um toque no símbolo da VW que está na tampa do porta-malas para o compartimento se abrir.


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