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ACIDENTES
Dicas ajudam o motorista a lidar com vítimas, polícia e seguradoras
Mesmo sem ferimentos, batidas dão dor de cabeça
ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Primeiro o vacilo, depois a freada, e a adrenalina vai a mil. Pronto, em segundos o estrago está feito. Mesmo que não tenha sofrido
ferimentos, a dor de cabeça do
motorista está só começando.
Antes de qualquer providência,
é primordial checar se houve vítimas. Nesse caso, boletim de ocorrência e presença policial no local são indispensáveis.
"Em acidentes com vítimas, haverá um inquérito. A remoção de
veículos só deve ser feita depois
da ordem policial, pois é crime alterar o local", avisa Jaques Mendel
Rechter, 47, gestor de trânsito do
DSV (Departamento de Operação do Sistema Viário).
O auxílio aos machucados também é obrigatório. "Se fugir, responde por omissão de socorro.
Aliás, mesmo quem não se envolveu no acidente, mas o presenciou, tem de socorrer ou também
responde pelo crime", diz Romualdo Galvão Dias, 38, conselheiro estadual da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil).
Se os danos forem só materiais,
a ordem é retirar os carros do local para não tumultuar o trânsito
nem envolver outras pessoas.
Seguro
Quando há seguro, a situação fica um pouco menos desconfortável. Há seguradoras que dão todo
tipo de auxílio na hora da batida.
No caso da Porto Seguro, por
exemplo, há o "just in time". Trata-se de um serviço de auxílio que
leva um celular para o segurado
avisar os parentes, conta com
profissional especializado em resolver os pepinos e tem até um
lanche, para atenuar a espera.
Leôncio de Arruda, vice-presidente do Sincor (sindicato dos
corretores de seguros de São Paulo), alerta que o correto é ligar para o corretor primeiro. "Ele orienta e agiliza o pagamento."
Às vezes, em vez de oferecer
conforto, o seguro vira outra fonte de problemas, como no caso da
professora Luciane Vidulic, 29.
Em um acidente, seu veículo ficou completamente destruído.
Ligou para a seguradora na mesma hora, mas já está há mais de 40
dias sem carro. "Já fui cinco vezes
[de táxi] levar documentos. Além
disso, paguei o seguro em quatro
parcelas, e eles querem que eu
adiante o último cheque."
A seguradora AGF afirma que
ainda falta um documento para
ser entregue pela corretora. Assim que receberem o papel, o pagamento sai em 48 horas.
Para Antônio Renato Guimarães Júnior, 41, sócio da Simples
Consultoria de Seguros, a seguradora pode pedir a parcela adiantada em caso de perda total ou
roubo, o que põe fim ao contrato.
"Se for só batida, vale a proporcionalidade. Quando quitado em
quatro parcelas, cada uma corresponde a três meses de cobertura."
100% sem amparo
Pior ainda é quando o condutor
se considera inocente e não tem
nem sequer o seguro para socorrê-lo. Foi o que aconteceu com a
arquiteta Mônica Pivato, 34, que,
ao deixar o filho na escola, teve o
veículo atingido por um ônibus.
"Meu carro foi arrastado. Desmaiei e acordei presa nas ferragens, foram três meses de cama."
O carro valia cerca de R$ 9.000 e
foi vendido por R$ 2.000. "Processamos a empresa de ônibus, mas
perdemos, pois eles arrumaram
testemunhas, e eu não as tinha."
De acordo com a Fenaseg (Federação Nacional das Empresas
de Seguros Privados e de Capitalização), quando há vítima, é possível receber a indenização do seguro obrigatório, o Dpvat (Danos
Pessoais Causados por Veículos
Automotores de Vias Terrestres).
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