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peças & acessórios
Acessório transforma carro "pelado" em topo de linha
É possível fazer de um Fox 1.0 um CrossFox; preços variam muito nas lojas
DA REPORTAGEM LOCAL
"Peladinho", "rasteiro" ou
mesmo "pé-de-boi". O nome
usado para os carros novos que
saem da fábrica com poucos
-ou nenhum- equipamentos
varia de região para região. Em
qualquer lugar, porém, os motoristas podem fazer o carro
"crescer", com acessórios oferecidos tanto no mercado paralelo quanto nas revendas.
Marcos Henrique, dono da
Ligier Acessórios, diz que o
som é o primeiro acessório a
equipar o interior do veículo
"pelado". "Nesses carros, os
clientes querem o necessário:
toca-CDs, quatro alto-falantes
e antena para sintonizar rádio
FM", explica, dizendo que a
maioria dos carros "populares"
saem de fábrica sem as caixas
acústicas. "Alguns carros são
tão "pelados" que nem a fiação
para ligar o som têm", afirma.
Para Reginaldo Vieira da Silva, dono da loja Flex Power, o
desconto é decisivo na compra.
"O cliente não quer marca, quer
preço baixo." Já instalado, o
alarme, um dos acessórios mais
vendidos, segundo Silva, varia
de R$ 150 a R$ 300. Na revenda,
pode passar de R$ 500.
Diferenças
Para a parte externa do carro,
Cristiano Porto Neves, dono da
loja Quero Som, diz que os borrachões para as portas e para os
pára-choques são os preferidos
para os carros desprovidos de
acessórios de fábrica. "São baratos, rápidos de instalar e evitam pequenos amassados na
porta em estacionamentos e arranhões em manobras."
O kit para um carro compacto com duas portas custa R$ 35
e demora cerca de 15 minutos
para a instalação com fita dupla
face. Os faróis auxiliares (de neblina ou de milha) também são
acessórios que podem equipar
os "pelados" e ainda ajudar na
segurança. O par instalado custa, em média, R$ 350.
A avenida Duque de Caxias,
no centro de São Paulo, é um
dos locais preferidos para
quem busca acessórios. Ali, os
preços chegam a ser até um terço dos das revendas.
"Quando comprei o carro, a
vendedora da concessionária
me ofereceu vários acessórios
originais. Os "spoilers" dianteiro e traseiro e a saia lateral, por
exemplo, seriam o triplo em
comparação com o mercado
paralelo", conta o estudante
Adriano Dairiki, 26.
Ele comprou um Chevrolet
Celta em dezembro de 2006 e
pagou, em uma das lojas da Duque de Caxias, R$ 400 pelos
acessórios sem pintura. Na revenda, também sem a tinta, o
kit parecido sairia por R$ 1.200.
"Na época, eu quase levei.
Acho que as pessoas ficam empolgadas com a aquisição do
carro zero e acabam comprando o acessório na autorizada,
mesmo sabendo que o preço,
em geral, é mais alto", opina.
Desilusão
A médica Denize Maria Medeiros Rocha, 46, também incentiva a "fuga" das revendas.
Há oito anos, ela compra acessórios na loja Delta, da Duque
de Caxias. "Eu apoio as pessoas
a comprarem acessórios fora da
revenda. Na minha opinião, a
qualidade é a mesma, sem falar
que é muito mais barato."
A desilusão de Rocha começou quando ela instalou um ar-condicionado numa revenda da
Volkswagen. "Na época, paguei
quase R$ 6.000 pelo equipamento, que parou de funcionar
um mês depois. Não sei até
quando podemos acreditar no
tal controle mundial de qualidade da montadora."
Na Delta, ela pagou R$ 985
para equipar seu Volkswagen
Fox 2006 com quebra-mato e
estribo lateral semelhantes aos
do CrossFox, cujo preço é
R$ 17.697 mais alto -o Fox 1.0
custa a partir de R$ 29.110, enquanto a versão aventureira (só
disponível com motor 1.6) sai
por R$ 46.807.
(FABIANO SEVERO)
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