São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 2007

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peças & acessórios

Acessório transforma carro "pelado" em topo de linha

É possível fazer de um Fox 1.0 um CrossFox; preços variam muito nas lojas

DA REPORTAGEM LOCAL

"Peladinho", "rasteiro" ou mesmo "pé-de-boi". O nome usado para os carros novos que saem da fábrica com poucos -ou nenhum- equipamentos varia de região para região. Em qualquer lugar, porém, os motoristas podem fazer o carro "crescer", com acessórios oferecidos tanto no mercado paralelo quanto nas revendas.
Marcos Henrique, dono da Ligier Acessórios, diz que o som é o primeiro acessório a equipar o interior do veículo "pelado". "Nesses carros, os clientes querem o necessário: toca-CDs, quatro alto-falantes e antena para sintonizar rádio FM", explica, dizendo que a maioria dos carros "populares" saem de fábrica sem as caixas acústicas. "Alguns carros são tão "pelados" que nem a fiação para ligar o som têm", afirma.
Para Reginaldo Vieira da Silva, dono da loja Flex Power, o desconto é decisivo na compra. "O cliente não quer marca, quer preço baixo." Já instalado, o alarme, um dos acessórios mais vendidos, segundo Silva, varia de R$ 150 a R$ 300. Na revenda, pode passar de R$ 500.

Diferenças
Para a parte externa do carro, Cristiano Porto Neves, dono da loja Quero Som, diz que os borrachões para as portas e para os pára-choques são os preferidos para os carros desprovidos de acessórios de fábrica. "São baratos, rápidos de instalar e evitam pequenos amassados na porta em estacionamentos e arranhões em manobras."
O kit para um carro compacto com duas portas custa R$ 35 e demora cerca de 15 minutos para a instalação com fita dupla face. Os faróis auxiliares (de neblina ou de milha) também são acessórios que podem equipar os "pelados" e ainda ajudar na segurança. O par instalado custa, em média, R$ 350.
A avenida Duque de Caxias, no centro de São Paulo, é um dos locais preferidos para quem busca acessórios. Ali, os preços chegam a ser até um terço dos das revendas.
"Quando comprei o carro, a vendedora da concessionária me ofereceu vários acessórios originais. Os "spoilers" dianteiro e traseiro e a saia lateral, por exemplo, seriam o triplo em comparação com o mercado paralelo", conta o estudante Adriano Dairiki, 26.
Ele comprou um Chevrolet Celta em dezembro de 2006 e pagou, em uma das lojas da Duque de Caxias, R$ 400 pelos acessórios sem pintura. Na revenda, também sem a tinta, o kit parecido sairia por R$ 1.200.
"Na época, eu quase levei. Acho que as pessoas ficam empolgadas com a aquisição do carro zero e acabam comprando o acessório na autorizada, mesmo sabendo que o preço, em geral, é mais alto", opina.

Desilusão
A médica Denize Maria Medeiros Rocha, 46, também incentiva a "fuga" das revendas. Há oito anos, ela compra acessórios na loja Delta, da Duque de Caxias. "Eu apoio as pessoas a comprarem acessórios fora da revenda. Na minha opinião, a qualidade é a mesma, sem falar que é muito mais barato."
A desilusão de Rocha começou quando ela instalou um ar-condicionado numa revenda da Volkswagen. "Na época, paguei quase R$ 6.000 pelo equipamento, que parou de funcionar um mês depois. Não sei até quando podemos acreditar no tal controle mundial de qualidade da montadora."
Na Delta, ela pagou R$ 985 para equipar seu Volkswagen Fox 2006 com quebra-mato e estribo lateral semelhantes aos do CrossFox, cujo preço é R$ 17.697 mais alto -o Fox 1.0 custa a partir de R$ 29.110, enquanto a versão aventureira (só disponível com motor 1.6) sai por R$ 46.807. (FABIANO SEVERO)


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