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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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O dia em que atolei um 4x4 militar

DA REPORTAGEM LOCAL

"Posso subir ali?" "E descer de ré?" "E andar de lado no barranco?" Quem fazia as perguntas era eu, agora ao volante do Humvee. A meu lado, paciente, Riccardo Furlan, 35 anos de experiência com veículos militares, só dizia "sim".
Até que eu virei à esquerda num atoleiro primeiro e perguntei depois. "Acho melhor você não...", começou a responder ele. Tarde demais. As quatro toneladas do monstro já estavam sendo engolidas por uma argila mole, e eu não dei a velocidade necessária no acelerador para que ele passasse ileso pelo obstáculo.
Começou uma novela que só terminaria duas horas depois, quando Furlan voltou em um trator, que por sua vez trazia um cabo de aço. E não é que o trator também atolou? Mas era uma escavadeira, e o motorista foi ágil o suficiente para sair.
Enquanto esperávamos, porém, no meio daquele mato, fomos visitados por dois maratonistas, que passaram correndo por perto e deram um clima das produções do grupo britânico Monty Python à história toda, e uma suspeita picape com dois sujeitos, que ficaram examinando tudo à distância.
"Só faltava não termos morrido no Humvee de Bagdá para morrermos no de Barueri", brinquei com Juca Varella. Ele não achou muita graça. (SD)


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