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peças & acessórios
Motor turbinado não agüenta legalização
Motoristas dizem que, durante inspeção, técnicos ultrapassam rotação máxima do propulsor, que quebra
DA REPORTAGEM LOCAL
Qualquer modificação no
veículo -como a cor ou a instalação de um tanque de gás- deve ser avisada ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito) para que o documento tenha o dado "Modificado".
Com o turbo não é diferente.
Há motoristas, porém, que reclamam de que, durante o teste
de resistência exigido por lei, os
OIs (Organismos de Inspeção)
forçam demais o motor. Conseqüência: ele acaba quebrando.
Para receber o CSV (Certificado de Segurança Veicular), o
automóvel deve ter sua potência aferida por um dinamômetro de rolo. Também é preciso
apresentar uma foto do carro
durante o exame.
O estudante Júlio Gonçalves,
21, diz que o motor do seu
Volkswagen Gol 1999 voltou
com "barulhos estranhos" depois da inspeção. "O motor não
"bateu", mas, quando eu acelerava, ouvia um ruído metálico."
O mecânico Richard Dell
Vecchio, 25, conta que deixou
de fazer a certificação depois
que um amigo teve o carro quebrado. "Eles [OIs] acabam com
o carro. Prefiro rodar com o documento ilegal a correr o risco
de ter o meu carro danificado."
Segundo Dell Vecchio, a quebra não ocorre pela instalação
equivocada do turbo, mas pela
falta de cuidado dos peritos.
"O dono do carro não pode
entrar na área de aferição. Eu
acho que aceleram demais e
"passam do giro" [ultrapassam
as rotações do motor estabelecidas pelo fabricante]."
"Os peritos levam os motores
ao limite para terem certeza de
que agüentarão as mudanças",
diz Gustavo Kuster, gerente de
avaliação da conformidade do
Inmetro (Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial), responsável por credenciar OIs.
Kuster acrescenta que é o
mesmo processo pelo qual passam os carros que ganham o kit
para GNV (gás natural veicular). "Temos registros de problemas com aferição de GNV,
mas não de turbos", conta.
Indenização
Quando o Inmetro recebe
uma reclamação sobre um organismo, emite uma notificação. O posto tem até cinco dias
úteis para provar tecnicamente
que não é o culpado pelo dano
-ou então deve repará-lo.
Para evitar fraudes ou má
conduta, câmeras estão sendo
instaladas nos OIs para fiscalizar os peritos. Em 2007, o Inmetro descredenciou quatro
OIs que cometiam irregularidades na inspeção de GNV.
"Não aceitamos mais fotos
digitais dos carros no dinamômetro. Havia risco de manipulação. Mesmo assim, a bandidagem sempre vai ocorrer", avalia
o gerente do Inmetro.
Segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito),
há 225 instituições credenciadas para emitir o CSV em todo
o país. O Inmetro calcula mais
de 700 pontos de inspeção.
Em nota, o Denatran informa que a resolução 232 do Contran (Conselho Nacional de
Trânsito) prevê que os OIs respondam pelos prejuízos causados se ocorrer imperícia.
(FABIANO SEVERO)
NA INTERNET
www.detran.sp.gov.br
www.inmetro.gov.br
www.ipem.sp.gov.br
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