São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2006

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Volvo "encolhe" para crescer

C30 chega em 2007 para concorrer com Audi

PATRÍCIA TRUDES DA VEIGA
ENVIADA ESPECIAL À ESPANHA

Encolher para crescer. É essa a estratégia mundial da Volvo ao lançar o C30, o menor carro de sua linha (4,25 m, 22 cm menor que o S40), e brigar num mercado que, no Brasil, é disputado por Audi A3, BMW Série 1 e Mercedes-Benz Classe B.
Ainda sem preços definidos -estima-se que comecem em R$ 120 mil-, o C30 só chega ao Brasil em abril do ano que vem, com três motorizações: 2.0 (145 cv, câmbio manual), 2.4 (170 cv, automático) e T5 (220 cv, também automático).
Em Palma de Mallorca (Espanha), palco de seu lançamento mundial, a Volvo anunciou que seu objetivo é produzir 65 mil C30 por ano, 75% para abastecer o mercado europeu.
No Brasil, a meta é comercializar 120 C30 por ano -a Volvo vendeu 480 carros em 2006, 25% a mais que em 2005 (385), sendo que 25% foram de S40, hoje seu modelo de entrada (R$ 129 mil). De acordo com a Volvo, os concorrentes do C30, juntos, venderam, neste ano, até outubro, 2.435 unidades, sendo que 1.917 foram de Audi.
Na Europa, onde o carro começa a ser vendido neste ano, a estratégia é atrair "jovens bem sucedidos", já que o modelo carrega fortes traços esportivos, do visual à motorização.
Aqui, a Volvo ainda não definiu como será sua ação de marketing. Hoje, segundo a montadora, seus compradores têm de 35 a 60 anos e prezam pela distinção. Um conflito para o perfil do jovem brasileiro comprador de compactos esportivos.

Traços esportivos
De frente, o C30 repete linhas do S40, com sutis diferenças. Mas o que chama a atenção é a sua traseira -e a tampa de vidro do porta-malas. Há toques de design espalhados por todo o carro: do painel de instrumentos às lanternas traseiras em forma de ferradura.
Também não se poupou com segurança -dos tradicionais airbags ao inovador sistema Blis (que identifica o ponto cego); com som de primeiríssima linha e com "tuning" de fábrica -de pintura em dois tons a interior personalizado.
Projetado como um esportivo de duas portas e quatro lugares -sim, o banco traseiro tradicional foi substituído por dois assentos e não há chances de um quinto passageiro-, seu porta-malas é pequeno. Para volumes maiores, há a opção de rebater os assentos.
Está certo também que A3, Classe B e Série 1 estão em pé de igualdade nesses quesitos. Mas onde não há empate é na performance. A Folha avaliou os modelos com motor 2.5 T5 (220 cv) manual e automático.
Se, na versão manual, o C30 não fica atrás dos modelos topo-de-linha da concorrência, na versão automática sua performance deixa a desejar.
Segundo a Volvo, o 2.5 T5, no Brasil, não virá com opção manual. Para quem objetiva abocanhar parte do mercado já conquistado por Audi, BMW e Mercedes-Benz, a monta- dora sueca tem, aqui, uma tarefa e tanto nas mãos.


A editora de Suplementos viajou a convite da Volvo, que cedeu o carro para avaliação.


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