Kia é o menor veículo à venda no Brasil, tem câmbio automático pelo valor mais baixo e custa R$ 40,9 mil

DA REPORTAGEM LOCAL

Há quatro anos, quando a Kia anunciou que, em 2010, iria se tornar uma marca "premium", poucos acreditaram.
É verdade que seus carros ainda não podem ser confundidos com os de BMW ou Mercedes-Benz, mas surpreendem.
O Picanto, por exemplo, é o menor carro à venda no país -tem 3,49 metros de comprimento-, traz motor 1.1 de 64 cv (cavalos) -1 cv a menos que o 1.0 Fire da Fiat- e preço de Ford Focus 1.6 (R$ 40,9 mil).
Na Europa, sem o Imposto de Importação de 35% cobrado pelo Brasil, o Picanto é 23% mais barato que o Volkswagen Fox 1.2. Por que, então, desde setembro de 2006, 630 brasileiros compraram o Picanto?
Ele é ágil e fácil de guiar, ideal para o trânsito urbano. Deveria, até mesmo, ser obrigatório nas auto-escolas do país.
Com câmbio automático de quatro marchas, o Picanto parece um carrinho de golfe. Além disso, tem direção hidráulica, ar-condicionado e trio elétrico como itens de série.
No exíguo espaço traseiro, mal cabem dois "caddies" (os carregadores de tacos de golfe). Os sacos ficarão de fora: o porta-malas só leva 220 litros. Um Fiat Mille comporta 290 litros.
O Picanto também lembra os carrinhos elétricos ao acelerar. Faz de 0 a 100 km/h em 19,71s. Ou seja, é 2,62s mais lento que o Ka 1.0, que tem 3,68 m e custa a partir de R$ 28.345.

Pneu fantasma
O Picanto tem cinco anos de garantia, mas a Kia ainda tem dificuldade para abastecer suas 45 concessionárias. Em nenhuma delas há pneus originais da marca coreana Hankook, com a incomum medida 165/60 R14 (os do Ka são 155/80 R13).
Em lojas de autopeças, é possível encontrar um pneu de medida similar da Yokohama por R$ 245 -cerca de 40% mais caro que o do Fiat Palio.
A Kia diz que há estoque em seu centro de distribuição de peças, em Itu (103 km a noroeste de São Paulo), mas a Hankook promete importar o pneu só em julho. (FABIANO SEVERO)