São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

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SEGURO

Mulher paga conta até 73% mais baixa que homem

Dos 18 aos 25 anos, motorista gasta o dobro que aos 55

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Levantamento feito pela Folha com as maiores seguradoras do país revelou que a variação de preço no seguro para o motorista de 18 anos vai de 65% (Celta) a 104% (Fox), no caso dos cinco 1.0 mais vendidos no país. Se considerados os nove "populares" pesquisados, a diferença chega a 140% (Ka).
Em São Paulo, uma infinidade de detalhes influencia esse valor. A fórmula relaciona a freqüência de sinistros (ocorrências que implicam gastos para a seguradora) ao perfil do cliente. Resultado: há mais de 200 mil possibilidades de preço.
"O motorista mais novo é inexperiente, envolve-se mais em acidentes. O [seguro] para quem tem 18 anos é o mais caro", diz Anderson Mello, diretor da área automotiva da SulAmérica Seguros. O prêmio (valor pago pelo seguro) diminui com o avanço da idade. Dos 18 aos 55 anos, a diferença pode chegar a 100%.
O CEP do motorista também conta muito. "Se morar na zona leste [de São Paulo], vai pagar mais caro. Se for morador dos Jardins [oeste], o seguro tende a baratear. A variação pode ultrapassar 50%", avisa Mello.
Juliana Nery, 28, conta que, quando se mudou dos Jardins para o Brooklin, seu seguro subiu R$ 200 na renovação. "Quando informei sobre a mudança, a corretora falou que ia rever o contrato. Pensei que ganharia desconto, mas ela disse que, no Brooklin, o índice de criminalidade é maior", conta.

Descontos
A boa notícia é que há maneiras de obter descontos. Instalar dispositivos de segurança, como travas ou rastreadores, rende de 5% a 25% de redução (dependendo do equipamento); gravar o número do chassi em várias peças do carro, de 5% a 7%. O abatimento total chega a 30% com fatores como casar-se, ter filhos (até 14 anos) e ter onde guardar o carro em casa, no trabalho e na faculdade.
Ser mulher também ajuda. Consideradas mais cuidadosas, elas têm preços até 73% mais baixos. Na Brasilveículos, por exemplo, as indenizações integrais por colisão são 114% menos freqüentes entre mulheres de 18 a 25 anos do que entre os homens da mesma faixa etária.
Analisando só acidentes com perdas parciais, a diferença cai para 13%. Acima dos 40 anos, a disparidade geral entre os sexos diminui, estabilizando-se nos 13%, ainda a favor delas.
Carros mais novos pagam proporcionalmente menos por ser menor a chance de perda total em acidentes, segundo Leoncio de Arruda, presidente do Sincor-SP (Sindicato Profissional de Corretores de Seguros do Estado de São Paulo).
"Em pequenos impactos, veículos modernos têm danabilidade menor que os mais antigos", diz Sergio Ricardo Fabiano, do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária).
Com tantas variáveis, pode ser mais fácil ter um corretor para cuidar da transação. Sincor e Susep (Superintendência de Seguros Privados) atestam se o profissional é credenciado.


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