ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O vendedor perguntou se você quer prorrogar a garantia do veículo por mais um ano? Pode ser que, no seu caso, isso se revele um bom negócio, mas saiba que poucos compradores optam por esse serviço.
Gunnar Murillo, diretor comercial do Banco GM, calcula que, dos 30 mil carros vendidos por mês pela GM, cerca de 600 (2%) adquirem o seguro. De todos que aderem ao benefício, no entanto, só de 10% a 15% realmente chegam a utilizá-lo.
Paulo César Russo, superintendente comercial da Indiana Seguros, responsável pelos contratos da Renault, diz que só 5% dos que compram carros da montadora prorrogam a garantia. Nas outras montadoras, as médias são semelhantes.
Desde o ano passado, o nome do serviço mudou. Com uma resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados, a garantia estendida passou a se chamar seguro proteção mecânica e deixou de ser oferecida pelas montadoras. Agora as seguradoras são as responsáveis.
Na prática, nem todos os itens cobertos pela garantia de fábrica estão incluídos na apólice do seguro. Pintura e ferrugem no primeiro ano, por exemplo, podem estar cobertos pela fábrica e não pelo seguro.
Empresas de seguro terceirizadas pelas montadoras oferecem garantia estendida para mais de 100 mil quilômetros. O preço desse tipo de apólice é definido pelo modelo e pela quilometragem rodada. Em geral, a contratação pode ser feita até o 11º mês da compra do carro, e sua vigência começa assim que acaba a garantia de fábrica.

Dois tipos
O mercado oferece, em geral, dois tipos desse seguro: o amplo, que inclui as coberturas previstas de fábrica (itens eletromecânicos), mas não engloba peças de desgaste natural nem itens das revisões periódicas; e o básico, que só cobre defeitos no motor e no câmbio.
Na GM, por exemplo, o seguro do Celta custa R$ 301 (básico) e R$ 510 (amplo). O do Corsa, R$ 334 (básico) e R$ 592 (amplo), e o do Vectra, R$ 592 (básico) e R$ 1.141 (amplo).
O preço depende de quando o seguro é adquirido. Para prorrogar a garantia de um Renault Clio, o cliente paga R$ 490 até seis meses da compra e R$ 590 nos demais meses até um ano.
Marcelo Li, dono da oficina Câmbio Itaim, não recomenda o seguro para câmbio porque 90% das ocorrências que atende são de veículos com mais de cinco anos de uso, quando não há mais cobertura. "Os outros 10% são defeitos de fábrica que devem ser consertados pela própria montadora."


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