São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2008

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Ano começa sem carro

Estado de São Paulo registra maior crescimento de roubo e furto em janeiro; fim de férias piora quadro

FELIPE NÓBREGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O pedido de paz que a enfermeira Fátima Dias, 54, fez no Réveillon de 2008 durou pouco. No dia 9 de janeiro, um homem armado a rendeu e levou seu Peugeot 206. Além do carro, foram embora a bolsa e os documentos -e ficou o medo.
A enfermeira entra nas estatísticas do mês com o maior crescimento de furtos e roubos de veículos no Estado de São Paulo. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, nos últimos dois anos, dezembro registrou uma média de 148 ocorrências diárias. Em janeiro, esse número foi de 205, montante 38% superior.
"É em janeiro que muitos retornam das férias e passam a deixar carros e motos novamente expostos na rua", justifica Marcelo Sebastião, diretor da Porto Seguro.
O período mais movimentado nas delegacias, entretanto, é após o Carnaval -em 2009, a última semana de fevereiro-, que geralmente coincide com a volta às aulas nas faculdades.
A diretora de escola Tânia Campos, 40, voltava das férias quando foi abordada antes mesmo de estacionar sua Chevrolet Zafira. Estava em Perdizes (zona oeste), um dos bairros preferidos pelos ladrões.
"Não imaginei que aquele rapaz bem vestido, saído do carro de trás, iria levar minha Zafira. Foi tão rápido que nem vi se ele estava armado", explica.

Roubo
Na hora de "perder" o carro, o motorista é mais roubado -situação na qual é diretamente abordado pelo bandido- do que furtado, segundo as seguradoras. Isso porque os sistemas antifurto dificultam a partida sem a chave original.
Paulo Umeki, diretor da Liberty, calcula que o risco de ter um carro roubado ou furtado em São Paulo é duas vezes maior que a média nacional -no Brasil, 1,6% da frota é tirada de seus donos anualmente. Em geral, esses automóveis alimentam os desmanches ilegais e o mercado de veículos com documentação "fria".
É mais arriscado sair ao meio-dia, quando o motorista vai almoçar, e no início da noite, quando volta para casa. No fim de semana, o perigo atinge os arredores das baladas.


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