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Ano começa sem carro
Estado de São Paulo registra maior crescimento de roubo e furto em janeiro; fim de férias piora quadro
FELIPE NÓBREGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O pedido de paz que a enfermeira Fátima Dias, 54, fez no
Réveillon de 2008 durou pouco. No dia 9 de janeiro, um homem armado a rendeu e levou
seu Peugeot 206. Além do carro, foram embora a bolsa e os
documentos -e ficou o medo.
A enfermeira entra nas estatísticas do mês com o maior
crescimento de furtos e roubos
de veículos no Estado de São
Paulo. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, nos
últimos dois anos, dezembro
registrou uma média de 148
ocorrências diárias. Em janeiro, esse número foi de 205,
montante 38% superior.
"É em janeiro que muitos retornam das férias e passam a
deixar carros e motos novamente expostos na rua", justifica Marcelo Sebastião, diretor
da Porto Seguro.
O período mais movimentado nas delegacias, entretanto, é
após o Carnaval -em 2009, a
última semana de fevereiro-,
que geralmente coincide com a
volta às aulas nas faculdades.
A diretora de escola Tânia
Campos, 40, voltava das férias
quando foi abordada antes
mesmo de estacionar sua Chevrolet Zafira. Estava em Perdizes (zona oeste), um dos bairros preferidos pelos ladrões.
"Não imaginei que aquele rapaz bem vestido, saído do carro
de trás, iria levar minha Zafira.
Foi tão rápido que nem vi se ele
estava armado", explica.
Roubo
Na hora de "perder" o carro,
o motorista é mais roubado
-situação na qual é diretamente abordado pelo bandido- do
que furtado, segundo as seguradoras. Isso porque os sistemas
antifurto dificultam a partida
sem a chave original.
Paulo Umeki, diretor da Liberty, calcula que o risco de ter
um carro roubado ou furtado
em São Paulo é duas vezes
maior que a média nacional
-no Brasil, 1,6% da frota é tirada de seus donos anualmente.
Em geral, esses automóveis alimentam os desmanches ilegais
e o mercado de veículos com
documentação "fria".
É mais arriscado sair ao
meio-dia, quando o motorista
vai almoçar, e no início da noite, quando volta para casa. No
fim de semana, o perigo atinge
os arredores das baladas.
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