|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sem "matar" anterior, Grand Scénic quer órfãos
Com três anos de garantia, Renault, de R$ 87.990, está de olho em clientes sem novidade há tempos
FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL
No começo dos anos 90, um
carro com formato estranho e
vidro por todos os lados chamou a atenção dos brasileiros.
Ninguém conhecia a marca e,
muito menos, o tal modelo suspeito. Surgiram até rumores de
que extraterrestres estavam
prestes a dominar a Terra.
Lenda urbana. O carro, em
1992, era o Mazda MPV e mostrou ao Brasil, que só comprava
hatch e sedã, que existia vida
inteligente fora daqui.
Não era Marte, mas a Europa
e os EUA, que esbanjavam minivans racionais e econômicas.
Alguns hão de dizer que a
Kombi, já em 1957, tivera esse
papel. Essa van, há 15 anos, só
servia (e bem) para levar crianças aos borbotões à escola.
Luxo e sofisticação só chegaram aos brasileiros em março
de 1999, quando a Renault fabricou seu primeiro carro no
país, a Scénic. Ela era tão ou
mais estranha que aquela Mazda dos (supostos) ETs.
Mas conquistou clientes que
nunca haviam pensado em
comprar um Renault ou mesmo uma minivan.
Em 2001, veio a reestilização,
e quem havia gostado e tivera a
Scénic por dois anos só tinha
outra Scénic para comprar. A
Chevrolet logo viabilizou a produção da Zafira no país.
E ela, só ela, vinha com espaço para sete pessoas. Aí quem
ficou para trás foi a Renault,
que ainda "trazia a fama de ter
carro com manutenção cara",
conta Alessandro Vetorazzi, gerente de produto da fábrica.
Mais cara
Só que a marca francesa tinha uma carta na manga. Com
motor do Mégane feito no Paraná, a Grand Scénic vem como
uma grande opção de minivan.
Tem sete lugares (como a Zafira) e motor 2.0 16V, como a
Citroën Picasso, outra a roubar
clientes que não agüentavam
trocar uma Scénic por outra.
A nova Scénic custa mais que
as rivais. Francesa, sai por R$
87.990 (R$ 94.590 com bancos
de couro), enquanto a Zafira
Elite sai por R$ 83.339, e a Picasso Exclusive, por R$ 78.895.
A Scénic não é bicombustível
como a Zafira, mas traz teto panorâmico fixo e três anos de garantia. "Ser "flex" não é crucial
num carro de R$ 90 mil. A garantia, sim", diz Vetorazzi.
Na verdade, sua real concorrente seria a C4 Picasso. A Citroën promete, desde o ano
passado, sua importação, mas a
minivan ainda não deu as caras.
O maior problema da Scénic,
porém, é ter peso de sedã alemão (1.645 kg). Segundo o teste
Folha-Mauá, atinge 100 km/h
em 14,9s, 3s a mais que a Picasso e a Zafira, testadas em 2004.
E você ainda terá de ouvir da
sogra, lá no sétimo banco, que o
Honda Fit 1.4 dela é mais rápido que sua Grand Scénic.
O carro foi cedido para teste pela montadora
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092
Texto Anterior: Com todas as letras Próximo Texto: Feirão: Renault parcela 40% do carro em 24 sem juros Índice
|