São Paulo, domingo, 30 de março de 2008

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Sem "matar" anterior, Grand Scénic quer órfãos

Com três anos de garantia, Renault, de R$ 87.990, está de olho em clientes sem novidade há tempos

FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL

No começo dos anos 90, um carro com formato estranho e vidro por todos os lados chamou a atenção dos brasileiros. Ninguém conhecia a marca e, muito menos, o tal modelo suspeito. Surgiram até rumores de que extraterrestres estavam prestes a dominar a Terra.
Lenda urbana. O carro, em 1992, era o Mazda MPV e mostrou ao Brasil, que só comprava hatch e sedã, que existia vida inteligente fora daqui.
Não era Marte, mas a Europa e os EUA, que esbanjavam minivans racionais e econômicas.
Alguns hão de dizer que a Kombi, já em 1957, tivera esse papel. Essa van, há 15 anos, só servia (e bem) para levar crianças aos borbotões à escola.
Luxo e sofisticação só chegaram aos brasileiros em março de 1999, quando a Renault fabricou seu primeiro carro no país, a Scénic. Ela era tão ou mais estranha que aquela Mazda dos (supostos) ETs.
Mas conquistou clientes que nunca haviam pensado em comprar um Renault ou mesmo uma minivan.
Em 2001, veio a reestilização, e quem havia gostado e tivera a Scénic por dois anos só tinha outra Scénic para comprar. A Chevrolet logo viabilizou a produção da Zafira no país.
E ela, só ela, vinha com espaço para sete pessoas. Aí quem ficou para trás foi a Renault, que ainda "trazia a fama de ter carro com manutenção cara", conta Alessandro Vetorazzi, gerente de produto da fábrica.

Mais cara
Só que a marca francesa tinha uma carta na manga. Com motor do Mégane feito no Paraná, a Grand Scénic vem como uma grande opção de minivan.
Tem sete lugares (como a Zafira) e motor 2.0 16V, como a Citroën Picasso, outra a roubar clientes que não agüentavam trocar uma Scénic por outra.
A nova Scénic custa mais que as rivais. Francesa, sai por R$ 87.990 (R$ 94.590 com bancos de couro), enquanto a Zafira Elite sai por R$ 83.339, e a Picasso Exclusive, por R$ 78.895.
A Scénic não é bicombustível como a Zafira, mas traz teto panorâmico fixo e três anos de garantia. "Ser "flex" não é crucial num carro de R$ 90 mil. A garantia, sim", diz Vetorazzi.
Na verdade, sua real concorrente seria a C4 Picasso. A Citroën promete, desde o ano passado, sua importação, mas a minivan ainda não deu as caras.
O maior problema da Scénic, porém, é ter peso de sedã alemão (1.645 kg). Segundo o teste Folha-Mauá, atinge 100 km/h em 14,9s, 3s a mais que a Picasso e a Zafira, testadas em 2004.
E você ainda terá de ouvir da sogra, lá no sétimo banco, que o Honda Fit 1.4 dela é mais rápido que sua Grand Scénic.


O carro foi cedido para teste pela montadora INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092



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