São Paulo, domingo, 30 de julho de 2000


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AVENTURA
Repórter acompanha etapa final, entre Floriano (PI) e Fortaleza (CE)
Rally dos Sertões é Paris-Dacar à brasileira

THAIS ABRAHÃO
ENVIADA ESPECIAL A FLORIANO (PI)

Entre os competidores que terminaram o Rally Internacional dos Sertões deste ano, há uma semana, após 5.300 km por sete Estados, havia uma unanimidade: as dificuldades enfrentadas no percurso deram à prova uma cara de Paris-Dacar verde-e-amarelo.
Sem o mesmo glamour do rali mais famoso do mundo e ainda com falhas na organização, que deixou muita gente sem combustível na etapa mais longa, resta uma constatação: essa ainda é a prova nacional mais dura, um verdadeiro teste de resistência para pilotos, máquinas e equipes.
Dos 93 carros que iniciaram a competição no dia 11, 12 ficaram pelo caminho. Das 73 motos, 18 não completaram a prova, segundo a organização do evento.
Os problemas mais comuns foram as falhas mecânicas e acidentes, como capotamentos ou batidas, em virtude do cansaço ou das armadilhas do terreno, que incluiu cascalho, areia, pedras, terra batida e asfalto esburacado.
A reportagem participou das duas últimas etapas do rali, de Floriano (PI) a Quixadá (CE) e de Quixadá a Fortaleza, num total de 1.020 km, acompanhando um pouco do dia-a-dia e da expectativa de pilotos, mecânicos e outros profissionais envolvidos.
A aventura começou logo após a etapa considerada a mais difícil do rali, em que o trecho de cronometragem de velocidade era de 500 km entre Palmas (TO) e Alto Parnaíba (MA) e atravessou o deserto do Jalapão, em Tocantins. Inicialmente, a previsão era de sete horas e meia de travessia. Houve competidores e equipes técnicas que levaram mais de 24 horas.

De cair da moto
"Não havia água nem sombra, só areia, mas tinha de continuar, mesmo com o cansaço. No Jalapão, dormia e só acordava quando caía da moto", diz a piloto Andrea Belmudes Costa, 19, da equipe Autoliner, que ficou em sexto lugar na categoria Marathon.
O preparo físico foi a maior preocupação do piloto de moto Alexandre de Paiva Pires, 31, da equipe Labornat/Kapeta. Há oito anos, participar era um sonho. "O desgaste foi só a metade do que esperava. A navegação, por causa da inexperiência, acabou sendo o maior desafio", afirma.
No rali, há 8 categorias para carros, 4 para motos e 1 para caminhões. Entre a de carros, a principal é a TTD (Todo Terreno Diesel), em que venceu a equipe Chevrolet Rally Team, com a picape S10 conduzida pela dupla Édio Füchter e Luís Tedesco.


Thais Abrahão viajou a convite da Mitsubishi MMC Motors


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